Turma de Licenciatura Plena em Geografia EAD 2013- Uniube

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Geografia Uniube EAD 2013

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Solos

Solos
O solo é a camada superficial constituída de partículas minerais e orgânicas, distribuídas em horizontes de profundidade variável, resultante da ação conjunta de agentes intempéricos sobre as rochas e a adaptação destas às condições de equilíbrio do meio em que se encontram expostas, geralmente diferentes daquele que condicionou sua gênese apresentando variabilidade espacial. No caso de solos aluviais, essa variabilidade torna-se mais intensa, por serem formados por partículas de diversas gêneses sedimentadas aleatoriamente ao longo da superfície de uma determinada área.
Na natureza, além dos processos de formação dos solos, existem outros, principalmente derivados da ação dos agentes erosivos, que atuam em sentido contrário. Normalmente, produz-se uma harmonia entre a ação de uns e de outros, estabelecendo-se um equilíbrio entre os mecanismos de "desgaste" e de "formação" do solo. Nos ambientes semi-áridos e tropicais, este equilíbrio é muito frágil e fácil de se romper, na maioria das vezes em prejuízo do solo. É na zona semi-árida, onde se cultiva a maior área com algodão irrigado no Brasil e quando o homem interfere de forma decisiva, sobre este equilíbrio, pode desnivelá-lo a favor dos mecanismos de desgaste.
Os principais constituintes do solo são:

Textura
A textura do solo refere-se à proporção relativa em que se encontram, em determinada massa de solo, os diferentes tamanhos de partículas. Refere-se, especificamente, às proporções relativas das partículas ou frações de areia, silte e argila na terra fina seca ao ar (TFSA). É a propriedade física do solo que menos sofre alteração ao longo do tempo. É muito importante na irrigação porque tem influência direta na taxa de infiltração de água, na aeração, na capacidade de retenção de água, na nutrição, como também na aderência ou força de coesão nas partículas do solo. Os teores de areia, silte e argila no solo influem diretamente no ponto de aderência aos implementos de preparo do solo e plantio, facilitando ou dificultando o trabalho das máquinas. Influi também, na escolha do método de irrigação a ser utilizado.
Para simplificar as análises, principalmente quanto às práticas de manejo, os solos são agrupados em três classes de textura:
Solos de Textura Arenosa (Solos Leves) - Possuem teores de areia superiores a 70% e o de argila inferior a 15%; são permeáveis, leves, de baixa capacidade de retenção de água e de baixo teor de matéria orgânica. Altamente susceptíveis à erosão, necessitando de cuidados especiais na reposição de matéria orgânica, no preparo do solo e nas práticas conservacionistas. São limitantes ao método de irrigação por sulcos, devido à baixa capacidade de retenção de água, o que ocasiona uma alta taxa de infiltração de água no solo e, conseqüentemente, elevadas perdas por percolação.
Solos de Textura Média (Solos Médios) - São solos que apresentam certo equilíbrio entre os teores de areia, silte e argila. Normalmente, apresentam boa drenagem, boa capacidade de retenção de água e índice médio de erodibilidade. Portanto, não necessitam de cuidados especiais, adequando-se a todos os métodos de irrigação.
Solos de Textura Argilosa (Solos Pesados) - São solos com teores de argila superiores a 35%. Possuem baixa permeabilidade e alta capacidade de retenção de água. Esses solos apresentam maior força de coesão entre as partículas, o que além de dificultar a penetração, facilita a aderência do solo aos implementos, dificultando os trabalhos de mecanização. Embora sejam mais resistentes à erosão, são altamente susceptíveis à compactação, o que merece cuidados especiais no seu preparo, principalmente no que diz respeito ao teor de umidade, no qual o solo deve estar com consistência friável. Apresentam restrições para o uso da irrigação por aspersão quando a velocidade de infiltração básica for muito baixa.

Estrutura do Solo

A estrutura do solo consiste na disposição geométrica das partículas primárias e secundárias; as primárias são isoladas e as secundárias são um conjunto de primárias que se unem através de agentes cimentantes originando agregados, os quais associados formam torrões. O ferro, a sílica e a matéria orgânica são os principais agentes cimentantes. A textura e a estrutura do solo influenciam na quantidade de ar e de água que as plantas em crescimento podem obter.

Porosidade do Solo

É constituída pelo espaço poroso, após o arranjo dos componentes da parte sólida do solo e que, em condições naturais, é ocupada por água e ar.As areias retêm pouca água, porque seu grande espaço poroso permite a drenagem livre da água dos solos. As argilas adsorvem relativamente grandes quantidades de água e seus menores espaços porosos a retêm contra as forças de gravidade. Apesar dos solos argilosos possuírem maior capacidade de retenção de água que os solos arenosos, esta umidade não está totalmente disponível para as plantas em crescimento. Os solos argilosos e aqueles com alto teor de matéria orgânica retêm mais fortemente a água que os solos arenosos. Isto significa mais água não disponível.
Muitos solos do Brasil e da região tropical, apesar de terem altos teores de argila, comportam-se, em termos de retenção de água, como solos arenosos. São solos com argilas de baixa atividade (caulinita e sesquióxidos), em geral altamente porosos. Muitos Latossolos sob cerrado apresentam esta característica.

Profundidade do Solo

Os solos quanto a espessura da camada arável podem ser classificados em:
Solos Rasos - Normalmente, a camada arável não alcança os 20cm de profundidade, o que dificulta o crescimento das culturas (Figura 1). Além do pequeno espaço disponível para as plantas explorarem suas necessidades nutricionais e orgânicas, esses solos tanto podem encharcar facilmente, provocando anorexia às plantas, como podem secar rapidamente, provocando estresse hídrico. Esse tipo de solo, geralmente, apresenta altos índices de erodibilidade, devendo ser revolvido o mínimo possível.
Solos com Afloramento de Rocha - Dificultam o tráfego normal de máquinas, tornando o preparo irregular e heterogêneo, assim como apresentam altos riscos de dano aos implementos e aos operadores (Figura 2). Portanto, não devem ser usados com culturas anuais mecanizadas.
Solos Profundos - Geralmente sua camada arável se aprofunda em mais de 60cm, onde as raízes têm um largo espaço para buscar alimentos e as plantas não sentem tanto o excesso de chuvas nem o déficit de água (Figura 3). Esse tipo de solos facilita as técnicas de preparo e de manejo do solo, além de aumentar a eficiência do uso da água de irrigação.
O princípio básico em agricultura consiste em respeitar a aptidão natural do solo, ou seja, utilizá-lo de acordo com a sua capacidade de uso.

Capacidade de uso

A capacidade de uso do solo pode ser expressa como sua adaptabilidade para fins diversos, sem que sofra depauperamento pelos fatores de desgaste e empobrecimento, através de cultivos anuais, perenes, pastagem, reflorestamento e vida silvestre. Com respeito à avaliação de terras para desenvolvimento agrícola, existem inúmeros sistemas de classificação, em que diversas modalidades de interpretação podem ser realizadas em função do seu objetivo. Assim sendo o uso mais conveniente que se deve dar ao solo depende da localização, do tamanho da propriedade, da quantidade da terra para outros fins, da disponibilidade e localização de água, da habilidade do proprietário e dos recursos disponíveis. No caso específico do algodoeiro irrigado, para alcançar altos rendimentos de algodão e fibra de boa qualidade, seu cultivo deve ser em solos que apresentem características físicas, químicas e de fertilidade adequadas. Os solos rasos, com afloramento de rochas, salinos, excessivamente arenosos e/ou pedregosos, demasiadamente argilosos e/ou siltosos e de baixa permeabilidade, devem ser evitados por suas características de difícil correção.
Um fator adverso para a capacidade de uso do solo é a erosão, pois destrói o maior patrimônio do homem, que é o solo (Figura 4), provocando problemas de natureza:
Física: destrói a estrutura do solo (quebra o esqueleto) dificultando a movimentação do complexo ar-água-nutrientes e prejudicando o crescimento de raízes e vida do solo.
Química: provoca a perda da fertilidade natural, a diminuição do teor de matéria orgânica e a falta de nutrientes.
Biológica: resulta em alteração da vida do solo, má formação das raízes e poluição da água, prejudicando os seres aquáticos.
Econômica: provoca a perda do solo, arrastando calcário, adubo e semente, aumentando o custo de produção e diminuindo os rendimentos do produtor.
Social: é fator favorável ao êxodo rural pois, diante dos baixos rendimentos, o agricultor busca nas cidades a realização do sonho de uma vida melhor.
Foto: José da Cunha Medeiros
Fig. 1. Perfil de solo raso com pedregosidade.
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Foto: José da Cunha Medeiros
Fig. 2. Perfil de solo com afloramento de rocha.
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Foto: José da Cunha Medeiros
Fig. 3. Perfil de solo aluvial profundo.
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Foto: José da Cunha Medeiros
Fig. 4. Erosão laminar severa.


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