Turma de Licenciatura Plena em Geografia EAD 2013- Uniube

Turma de Licenciatura Plena em Geografia EAD 2013- Uniube
Geografia Uniube EAD 2013

domingo, 7 de agosto de 2011

O Determinismo Geográfico e o Estado - Forum II Cartografia


Mapa-mundi das raças
Durante os séculos XIX e XX procuravam afirmar que o desenvolvimento das nações e as características genéticas das diferentes culturas eram determinados por padrões geográficos. Na época o principal argumento utilizado para basear as leis gerais do determinismo geográfico era a condição climática dos lugares. Outros elementos da geografia física ganharam status científico, tais como a posição e a localização da rede hidrográfia, o desenho dos litorais, a qualidade do solo e a morfologia do relevo, sendo usados para esboçar algumas teorias nesse período.

Na relação entre determinismo geográfico e desenvolvimento dos Estados deve-se considerar a questão da divisão territorial do trabalho. Existe uma lógica que ainda não se quebrou, que começa com a concentração dos principais países capitalistas no Hemisfério Norte. Em função disso, criam-se certos mecanismo e sociabilidades que serão determinantes de posições que até hoje persistem. “Acontece que hoje, o próprio controle das técnicas e das matrizes tecnológicas segue essa divisão territorial do trabalho. Se buscarmos saber onde é a pátria de uma multinacional, antes de tudo, ér onde estão os seus laboratórios. A área de produção pode se espalhar pelo mundo, mas os centros de inovação definem bem a nacionalidade das empresas.”

A história do desenvolvimento das civilizações mostra que não é correto afirmar que antes da chegada dos homens “civilizados”, das latitudes mais altas, os povos dos trópicos eram “subdesenvolvidos ou pobres”. Afinal, que argumentos sustentariam a veracidade dessa afirmação? Muitos estudos mostram que as técnicas desenvolvidas superiores as dos povos de clima temperado. Os ideais europeus tornaram-se o modelo de desenvolvimento para o mundo e subjugaram os demais. A partir disso, difundiu-se a ideia da indolência entre os povos localizados na faixa da linha do equador, e usaram-se argumentos pseudocientíficos como localização e incidência dos raios solares na superfície da terra para justificar a dominação.

“Não há fatores climáticos que determinam o fato do país ser rico ou pobre.” As relações de poder são estabelecidas no âmbito político e não climático, com base, entre outros fatores, no domínio de recursos naturais, mutáveis historicamente. “O recurso energético, de enorme relevância, ilustra bem isso: historicamente as nações de maior poderio dominavam, também, os recursos energéticos. O carvão, por exemplo, foi fundamental para a ascensão do Império Britânico, cujo declínio coincide com uma série de circunstâncias, entre as quais a substituição da matriz energética pelos combustíveis fósseis, e a consequente substituição do poderio britânico pelo norte-amercano.”

Atualmente, grande parte dos pesquisadores nega a validade das teses do determinismo geográfico, seja no estudo sobre o desenvolvimento de um território, seja no comportamento das culturas.

Os argumentos do determinismo geográfico não ajudam a explicar a complexa interação entre os elementos que formam o espaço geográfico. “Hoje não existe mais ainda permanece no pensamento geopolítico quando se fala em vantagens competitivas. De alguma maneira, está se aceitando que há fatores, não determinantes, mas que ajudam do ponto de vista comercial, os tipos de produção. Hoje em dia esse tipo de posição é bastante acentuada.”
O determinismo climático que caracterizou a escola do pensamento geográfico no final do século XIX não foi elaborado por climatologistas, mas sim geopolíticos, como o geógrafo alemão Friederich Ratzel. Diferentemente daquela época, “hoje , a climatologia geográfica preocupa-se com o entendimento dos processos atmosférico (tempo e clima) e seus impactos, avaliando tendências quanto à variabilidade espaço-temporal”. Trata-se de questões efetivamente científicas, aplicáveis e permanentes, cujos resultados têm contribuído para a construção de um conhecimento atrelado às verdadeiras necessidades de um mundo em profunda transformação e destruturação sócio-ambiental.”

As ideias do determinismo geográfico, utilizavam o argumento de que “as mudanças na pressão atmosférica – mas rápidas e comuns nos climas temperadas – favoreciam um raciocínio també mais rápido e claro”. Um argumento totalmente desprovido de base científica, usado para um propósito expansionista das nações européias. Mesmo assim as ideias do determinismo geográfico e a influência do clima tomaram corpo no século XX, influenciando outras áreas da ciência, como medicina, por exemplo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário