Turma de Licenciatura Plena em Geografia EAD 2013- Uniube

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Geografia Uniube EAD 2013

sábado, 6 de agosto de 2011

Multinacionais no Brasil

Multinacionais no Brasil

Relato da participação de empresas multinacionais na economia brasileira.



O que há de novo nas multinacionais:

Multinacionais são empresas cujas operações internacionais são relativamente extensas e abrangem a movimentação em escala mundial de bens e recursos financeiros, tecnologia e management.

A existência de empresas multinacionais não é fato novo na história humana. Empresas que mobilizam grandes quantidades de recursos e executam atividades simultâneas em várias regiões existem desde a antiguidade.

"O interesse despertado pela empresa multinacional, notadamente a partir a partir da década de 1960, justifica-se contudo, não apenas pelo volume de recursos sob seu controle, mas sobretudo, pelo fato de ela ser o instrumento mais eficaz dos processos de concentração e internacionalização da produção que deram origem à estrutura oligopólica internacional".(Martins, Luciano; Nação e Corporação Multinacional; Paz e Terra , 1975, p. 5).

Do ponto de vista da ciência política, o conceito de Estado Nação tem sido considerado como o mais importante do ponto de vista dos atores políticos internacionais. Por outro lado, a capacidade do país de estabelecer os seus objetivos nacionais e de implementar políticas em busca do efetivo desenvolvimento, dependem em última análise do estabelecimento de uma infra-estrutura básica e o desenvolvimento de uma tecnologia que permita o desenvolvimento auto sustentado. Neste ponto, as empresas multinacionais, devido aos imensos recursos de que dispõem , surgem como um novo ator no cenário político internacional, opondo-se ao Estado nação e influenciando na condução de políticas governamentais na determinação de padrões de consumo, escolha de tecnologias, etc.

As multinacionais por atuarem em escala global levam em consideração o resultado agregado de sua atuação, não se importando com eventuais prejuízos conjunturais em uma determinada região, principalmente considerando que muitas vezes estes "prejuízos", decorrem de estratégia para a conquista de mercados e a superação da concorrência. A lógica da expansão da multinacional , apresenta autonomia em relação aos interesses de um país , muitas vezes podendo ir contra estes mesmos interesses.

Exemplo claro desta realidade é o caso da Samsung Eletromecânica da Amazônia que após a instalação de uma fábrica de componentes e itens de microeletrônica em Manaus , na qual começou a produzir bobinas defletoras para cinescópios decidiu fechar a fábrica e sair do Brasil . ( Valor , 17.03.2003 , p. B-7) .

Outro aspecto importante também, reside no fato de que, cada vez mais o comércio internacional se torna um negócio entre unidades da mesma empresa, passando a ser feito por meio de critérios que fogem às regras usuais de comércio.

No caso brasileiro , em 1995 , dos US$ 46,506 bilhões em exportações , as empresas com capital estrangeiro foram responsáveis por US$ 21,745 bilhões ( 46,8%) . Em 2000 , de US$ 60,4 bilhões em vendas externas, cerca de US$ 33,250 bilhões (60,4%) foi feito por estas empresas . O comércio intrafirmas que representava 19,5% das exportações em 1995, passou para 38,2% em 2.000 . ( F S P 13.03.2003 , p. B-6) .

Estima-se que um grupo de 100 grandes empresas transnacionais seja responsável pela metade do comércio internacional, faturando em 1999 cerca de US$ 4,3 trilhões e empregando 13,3 milhões de pessoas , das quais aproximadamente 6 milhões fora de seus países de origem . As dez maiores corporações industrial tem um faturamento anual superior a US$ 1 trilhão , quase que o dobro do PIB brasileiro.

O Centro de Empresas Transnacionais das Nações Unidas estima a existência de 60.000 multinacionais , controlando 800.000 filiais pelo mundo .

AS DEZ MAIORES EMPRESAS DO MUNDO 1997

Empresa país Setor Faturamento em 97 em US$ milhões
General Motors EUA Automóveis 178
Ford Motor EUA Automóveis 153
Mitsui Japão Química/máq./aço 142
Mitsubishi Japão Elétrico/Eletrônico 128
Royal Dutch Shell Ingl/Holanda Petróleo/Quím/Av. 128
Itochu Japão Aviaçã/Química 126
Exxon EUA Petróleo/química 122
Wall-Mart EUA Varejo 119
Marubeni Japão Química/Têxtil 111
Sumitomo Japão Metalurgia/Químic 102
Fonte : Fortune , in Veja, 7.7.99 , p. 136

As dez maiores transnacionais dos EUA em 2002 em US$ milhões
Empresa ramo ativos Vendas
1. General Motors Elétrico/eletrônico 229.001 45.403
2. Ford Motor C Automóveis 165.024 54.472
3. General Motors Automóveis 107.926 48.071
4. Exxomobil Corporation petróleo 60.802 141.274
5. Chevron Texaco Corporat. Petróleo 48.489 55.087
6. Daimler Chysler Ag. Automóveis 35.778 46.137
7. IBM Elétrico/eletrônico 34.951 48.427
8. Conoco Philips Petróleo 32.094 10.074
9. Wal Mart Stories varejo 30.709 10.074
10. Hewlett Packard Elétrico/eletrônico 28.247 33.286

Com as fusões e as incorporações estes grupos tendem a se tornar ainda maiores . Como exemplos a Daimler Benz fundiu-se com a Chrysler a Exxon com a Mobil e o Citibank com o Travelers Group
Maiores fusões e aquisições do mundo
Empresas Setor Valor em US$ bilhões
1. MCI/Sprint Telecomunicações 129
2. Exxon corp /Móbil Petrolífero 82,8
3. Citicorp/Travelers Financeiro 72.6
4. Ameritech/SBC Telecomunicações 72,4
5. GTE Corp/Bell Atl Telecomunicações 70,9
6. Tele-Comm/AT&T Telecomunicações 70,0
7. Bank America/Nations Financeiro 61,6
8. AT&T/Média One Telecomunicações 60,5
9. Vodafone/Air Touch Telecomunicações 60,3
10. Amoco/BP Petrolífero 54
11 BellAtlantic/GTE Corp Telecomunicações 53,4
12. MCI/World Com Telecomunicações 43,4
13.Chrysler/Daimler Benz Automobilístico 40,5
14. Monsanto/Amer Hom Farmacêutico 39,1
15. Wells Fargo/Norwest Financeiro 34,4

Segundo o World Investiment Report da Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento), em 1995 os investimentos estrangeiros na América Latina somaram US$ 27 bilhões, cerca de 27% do total mundial de US$ 315 bilhões.O Brasil deste total recebeu US$ 4,9 bilhões . Em 1996 o Brasil captou US$ 9,5 bilhões segundo o Banco Central devendo se tornar o principal polo de investimento na América Latina.

O quadro apresenta os países que mais atraem o capital estrangeiro.

QUADRO - INVESTIMENTO ESTRANGEIRO POR PAÍSES
em US$ bilhões
PAÍS ESTOQUE ACUMULADO
EUA 564
ESPANHA 129
REINO UNID 244
CHINA 129
FRANÇA 162
CANADÁ 117
ALEMANHA 134
AUSTRÁLIA 104
BRASIL 45
FONTE : World Investimento Report .

Estoque de investimento americano em países estrangeiros em 2003

Europa 963,1
América C. Méx 71,5
Oriente Médio 16,9
Ásia e Pacífico 293,5
América Sul 69,9
África 19,0
Fonte : Bureau of Economic Analisys EUA .

FASES DO DESENVOLVIMENTO DAS MULTINACIONAIS

A intensificação da atividade empresarial em escala internacional e em dimensões mais acentuadas está ligada à natureza das mudanças do Capitalismo Internacional. A partir do século XIX, período da 2. Revolução Industrial, surgiram grandes empresas comerciais extrativas, agrícolas e de serviços públicos que passaram a atuar em outros países como o Brasil ( S.Paulo Railway, Light, Amforp, etc) no início do século XX. Neste período os lucros eram transferidos principalmente pelo controle de preços e pela cobrança de juros elevados em empréstimos. No caso do Brasil ocorreu anteriormente à industrialização do país.

Posteriormente, por volta da década de 20, ocorreu uma segunda fase, caracterizada pela instalação de escritórios de venda e oficinas de assistência técnica e de montagem de produtos provenientes do exterior.
Na década de 50, a intensificação do sentimento nacionalista, os bloqueios parciais causados pelos dois conflitos mundiais e pela crise de 29 e o surgimento de uma infra estrutura industrial e de serviços dará início em diversos países a uma fase de ingresso do capital estrangeiro por intermédio da instalação de fábricas em um processo de substituição de importações. Nesta fase, instalaram-se no Brasil empresas de produtos eletrodomésticos, medicamentos, alimentos , petroquímica e bens de capital com destaque para a indústria automobilística no governo juscelino Kubitschek.

A partir dos anos 60, ocorre uma quarta fase, onde as empresas multinacionais passarão a instalar unidades produtivas de produtos finais ou componentes, com a finalidade de exportação, aproveitando a mão de obra barata, existente nos países periféricos. Ocorre uma unificação e complementarização da economia mundial, comandada pelas multinacionais. Nesta fase, o Brasil ficou em segundo plano em razão dos problemas políticos, tendo as multinacionais preferido direcionar seus investimentos para países da Ásia - Coréia, Hong Kong, Taiwan e depois até a China.

MECANISMOS DE CONTROLE DAS MULTINACIONAIS

São vários os mecanismos de controle de mercado e de tecnologia utilizados pelas multinacionais. Os mais conhecidos são: a) poll de patentes, com sistemas de licenciamento mútuo("cross-licencing"); b) proteção de mercados cativos, representado pelo respeito aos preços estabelecidos pela empresa controladora do mercado; c) divisão de mercados segundo áreas de interesse.

Neste aspecto, recentemente as multinacionais produtoras do DVD , disco digital reuniram-se e resolveram dividir o mercado mundial em seis áreas , sendo que o disco produzido para uma delas, será incompatível para ser usado nos aparelhos das demais; d) economia de escala pelo aperfeiçoamento dos métodos produtivos e produção de grandes quantidades , reduzindo o custo por unidade; e)eliminação de concorrentes com práticas de "dumping", ou seja, vendas por preços inferiores ao custo de produção por tempo suficiente para asfixiar a concorrência; f) transferência de lucros disfarçada através dos mecanismos de preços , pois as transações são feitas entre unidades da mesma empresa; g) "pool" de lucros, em concorrências, pelo acordo prévio sobre qual será a empresa vencedora, ressarcindo-se as demais pela não participação através de "pagamentos de compensação".

Transações entre matriz e filiais

Em 1993 , cerca de um terço do comércio mundial tinha lugar entre empresas do mesmo grupo e outro terço por multinacionais e empresas não relacionadas . OU seja , dois terços do comércio mundial era conduzido por multinacionais.
Mesmo no Brasil, das 11.404 empresa "estrangeiras " ( com mais de 10% de participação de estrangeiros) , as exportações "intra-firma " cresceram de US$ 9,1 bilhões em 1995 para US$ 21 bilhões em 2.000 . ( Franco , Gustavo in Veja, 17.07.2002 , p. 94) .

As práticas são executadas por empresas do mesmo ramo reunidas em trustes e cartéis. É falso afirmar que reina perfeita paz e concórdia entre todas as empresas. Os desentendimentos existem e muitas vezes afloram em disputas judiciais.

Segundo Raymond Baker autor do livro "Capitalism's Achilles Heel" aproximadamente 65 mil empresas internacionalizadas realizam operações transfronteiras . As transações entre matrizes e filiais representam , segundo , segundo Baker , de 50 a 60% das trocas internacionais . Uma fração importante das transações é feita com preços falseados . "Isso serve para eliminar impostos , evitar controles aduaneiros e acumular dinheiro secretamente .A falsificação de preços é realizada diariamente , em todos os países , numa larga fração das operações de importação-exportação . Essa é a técnica mais comum para gerar e transferir dinheiro sujo , dinheiro que viola a lei na sua origem , em seu movimento e em seu uso . A falsificação de preços é um conluio entre os poderosos do mundo para lesar os mais fracos . O fato é que para cada dólar, euro, libra , peso, rublo ou outra moeda qualquer que se move para fora dos países mais pobres , há um produtor ou financista do Primeiro Mundo que facilita a operação" . Segundo Baker, a combinação entre falsificação de preços de transferência , paraísos fiscais , empresas fantasmas , jurisdições secretas pode ser comparada ao "tráfico de drogas , ao crime organizado , ao terrorismo e aos funcionários corruptos" . ( Belluzo , Luiz Gonzaga . F S P. 21.10.2007, p. B-4) .

SUBCONTRATAÇÃO

As grandes montadoras adotaram como estratégia de produção em muitas de suas unidades industriais a subcontratação, sendo abastecidas por milhares de pequenas empresas , abrangendo 38% de sua produção final .

O sistema reduz custos para as grandes e garante mercado para as pequenas e promove a difusão de tecnologia em escala mundial .
No Japão as montadoras detém em média 20% das ações das empresas filiadas e, como acionistas majoritárias , influem no seu rumo . Os fornecedores geralmente aceitam o status de empresas subordinadas , já que podem se beneficiar com a tecnologia da empresa líder. Esta relação é chamada de "keiretsu" , como se fosse uma grande família . Um grupo de empresas forma uma pirâmide , cujo topo é ocupado por uma empresa com participação no capital e na administração das empresas de base. A relação de "keiretsu" existe também entre indústrias e revendedoras . A maioria das revendedoras só trabalha para uma indústria, pois teme perder descontos e outros privilégios ao abrir espaço para automóveis das rivais .

Ao contrário , também no Japão, grandes empresas na área de eletrônica como a Matsushita , National , Panasonic , Toshiba , Mitsubishi , Sanyo , Hitachi, tem rede de distribuição própria com lojas onde colocam grande parte de sua produção.

MULTINACIONAIS E GLOBALIZAÇÃO

A globalização está obrigando as grandes corporações a reagir e não apenas diversificando a produção por diversos países . Devido á fragilidade da economia americana , corporações sediadas nos EUA , muitas empresas de líderes históricas passaram a serem alvo da aquisição de emergentes .
Por exemplo, a General Eletric pela primeira vez em sua história em 2007 , mais de metade de suas vendas de US$ 172 bilhões veio de fora dos EUA . A empresa abriu três centros de pesquisa fora dos EUA , na Índia , na China e na Alemanha .

Dentro da definição de corporação do século 21, no caso da Pepsi existe cada vez mais autonomia tanto para comprar como para lançar produtos localmente . E as iniciativas locais devem ser partilhadas com o resto do mundo em um processo de autonomia conectada , ou seja as experiências bem sucedidas locais devem ser analisadas para verificar a viabilidade de sua adoção em outras unidades do conglomerado . ( Exame, 13.08.2008, p. 20-29) ,

INVESTIMENTO EXTERNO CONTROLADO

A Austrália autorizou em 2009 a compra da mineradora Oz Minerals para a estatal chinesa Minmetal por US$ 1,21 bilhão . Mas os australianos fizeram o que os chineses costumam fazer com os estrangeiros em seu país . Exigiram que a sede administrativa da empresa continuasse na Austrália , os diretores fossem australianos , que os preços fossem decididos na Austrália , e vendeu a preço de mercado . Isso só foi possível com uma embaixada bem equipada, formada por diplomatas e técnicos que falam mandarim . ( F s P , 19.05.2009 , p. B-6) .

MULTINACIONAIS NO BRASIL

De acordo com a Sobeet o Brasil é o país emergente mais internacionalizado do mundo , pois aqui operam 405 das 500 maiores multinacionais do planeta , em segundo lugar está o México que tem apenas 305 instaladas . O Brasil ainda é o quinto país do mundo onde as 500 maiores multinacionais estão ou tem filiais instaladas . Perde apenas para o EUA, Reino Unido , Canadá e Bélgica . ( F S P 3.11.98 , p. 2-2) .

A estabilização da economia e o processo de privatização trouxeram para o Brasil um intenso aumento no ingresso de recursos estrangeiros na forma de investimento direto. Estudo feito por Reinaldo Gonçalves mostra que mais do que estes fatores foi o tamanho do mercado que atraiu os investimentos estrangeiros para o Brasil .

A participação das multinacionais nas empresas brasileiras que era de 14,8% em 1991 , passou para 26,4% em 1996 e para 36,4% em 1999 . No setor industrial a participação aumentou de 36 para 53,5 % em nove anos , nos serviços passou de 9,4% para 26,1% e no setor bancário de 8 para 21,3% . Na indústria difusora de tecnologia ( aeronáutica , automobilística , eletroeletrônica e química fina) , a participação do capital estrangeiro passou de 60,3% para 86,9%
. Na indústria básica ( petróleo, siderurgia , petroquímica , papel e celulose e agribusiness ), de 21,2 para 33,1% e na tradicional ( têxtil, vestuário , calçados , alimentos e bebidas ), de 36,5% para 48,5% .

Participação estrangeira na economia brasileira .
1991 1996 1999
Indústria estrangeira
14,8 ; 26,4 ;36,4
Indústria Nacional
40,6 ; 44,1; 39,3
Indústria estatal
44,6 ; 29,6; 24,3
Indústria – participação do capital estrangeiro
36,0 ; 48,2; 53,5
Serviços em geral – capital estrangeiro
9,4 ; 10,5 6,1
Instituições financeiras – capital estrangeiro
8,0 ; 6,4; 21,3
Indústria básica – capital estrangeiro
21,2; 29,4; 33,1
Indústria difusora de tecnologia – capital estrangeiro
60,3 ; 75,6; 86,9
Indústria tradicional – capital estrangeiro
36,5 ; 44,6; 48,5
Serviços de infra estrutura capital estrangeiro
16,9; 12,5; 32,2
Fonte : Instituto de Economia da UFRJ , in FSP 22.10.2002 , p. Especial 8 .

O aumento de entrada de investimentos diretos no Brasil é extraordinário. Durante toda a década de 80 não passou da média de US$ 1 bilhão por ano . . Conforme a tabela a seguir , foi progressivamente aumentando a partir de 1994 , chegando a US$ 30 bilhões em 2000.

INVESTIMENTO DIRETO NO BRASIL 1994-1999
Ano Valor em US$ bi
1994 1,972
1998 25,893
1995 4,313
1996 9,976
1997 – 17,083
1999 29,976

Para se ter uma idéia da dimensão desta entrada de recursos estrangeiros no Brasil, em 1999 o Brasil foi o país emergente que mais recebeu recursos superando a China, conforme tabela a seguir

INVESTIMENTO DIRETO EM 1999 EM US$ BILHÕES
País Valor inv.dir.
EUA 193,4
França 28
Grã Bretanha 63,1
Bélgica 21
Holanda 32
Alemanha 20
Brasil 29
Suécia 19,4
China 26
Canadá 16,5
Dados Brasil e China 1999 , demais 1998 . Fonte Unctad . Veja , 22.12.99 p. 28 .

Segundo a consultoria KPMG , de 1994 até 2000 cerca de 2100 empresas brasileiras, mudaram de dono, cerca de 60% adquiridas por companhias internacionais. Só em 2000 os estrangeiros compraram 65% das empresas vendidas no Brasil com investimento de US$ 25 bilhões. Na área de tecnologia da informação foram fechados 57 negócios .

Segundo dados da Sobeet – Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica , no período de 1996 a 1999 cerca de 79,23% dos investimentos estrangeiros , destinaram-se ao setor de serviços e apenas 19,25% à indústria , invertendo uma tendência até então. Isto deve-se à grande expansão no setor de telecomunicações e setor financeiro. ( F S P 4.5.00, p. 2-6) . O setor de serviços não aumenta a capacidade de produção do país , ou seja não gera produtos para exportação , enquanto que onera o balanço de pagamentos pela remessa de lucros e dividendos para o exterior. Este é o grande problema associado ao processo de desnacionalização recente no Brasil , pois este processo irá provocar uma mudança estrutural no balanço de pagamentos brasileiro , que não será compensada com novas entradas de capitais e que se não for equilibrada com uma brutal elevação do superávit comercial irá transformar o Brasil em um eterno refém do capital internacional.

Em poucos países do mundo foi registrado um processo de transferência de empresas como este observado no Brasil. E este processo de desnacionalização foi incentivado pelo governo brasileiro , pois uma de suas metas era aumentar o fluxo de divisas. De 91 a 96 a desnacionalização foi estimulada principalmente pelas privatizações e a partir de 1996 predominaram as aquisições e fusões .

Este ingresso de recursos estrangeiros tem sido efetuado em grande parte não pela instalação de novas empresas, mas pela aquisição de empresas nacionais, fusões e incorporações. Desta forma a desnacionalização não alterou significativamente o perfil da indústria brasileira , não expandiu a capacidade produtiva e não contribuiu para ampliar a base de exportação do país . Aliás esta foi a grande decepção do ingresso do capital estrangeiro . Ao contrário de outros países emergentes como a Coréia do Sul, o México , o Brasil apesar de ter um formidável parque industrial continuou fechado em relação ao mercado externo e suas exportações representam apenas 1% do total mundial .

Segundo levantamento feito pelo Núcleo de Economia da Unicamp a participação das empresas estrangeiras nas exportações dos 500 maiores grupos do país caiu de 53,2% em 1997 para 47,6% em 2000 . No caso das importações houve um crescimento de 63,1% para 64,9% . ( F S P 10.02.2002, p. B-1) . Considerando que as empresas estrangeiras remetem dólares para o exterior a título de lucros, pagamento de royalties e transferência de tecnologia pode-se concluir que o avanço do capital externo contribuiu para aumentar o déficit em transações correntes do Brasil nos últimos anos.
O quadro apresenta a evolução destas fusões entre 94 e 2000

Quadro Fusões ,Aquisições e Joint Ventures no Brasil
Ano Fusões Estrang e Joint Ventures .
1994 175 94
1998 351 221
1995 212 130
1999 309 208
1996 328 167
2000 353 230
1997 372 204
2001 340 194
Fonte: KPMG (F S P 24.01.2002 p. B-5).

O grande volume de fusões e aquisições representa apenas a pura e simples desnacionalização da indústria nacional, sem a contrapartida da ampliação da capacidade de produção da economia do país .

Aproximadamente sessenta por cento das fusões e aquisições registradas na tabela acima contam com a participação de empresas estrangeiras , e pode-se verificar este percentual aumentou desde 1994 e embora tenha tido pequena redução em 2001 , continua elevado. Em 2001 , Das 194 operações , cerca de 41,5% envolveram empresas americanas , 8,7 % espanholas , 7,7% francesas 6,2% portuguesas , 5,7% canadenses , 4,6% italianas . O setor onde ocorreram mais fusões foi o de petróleo , em razão d quebra do monopólio , seguido pelo setor energético em razão da crise de energia e a área de tecnologia da informação.

Carlos Von Doellinger e Leonardo Cavalcanti fizeram um estudo sobre 318 empresas industriais em 23 setores, das quais 177 eram nacionais, 133 estrangeiras e 8 estatais. Segundo estes autores, cerca de 82% do capital das multinacionais em 1969 localizava-se na indústria de transformação. Hoje a prioridade deslocou-se para o setor de serviços, mas as conclusões da época ainda são pertinentes .Entre as conclusões a que eles chegaram é importante destacar: a) as multinacionais localizam-se nos setores mais dinâmicos da economia em termos de crescimento; b) concentram-se nos setores tecnologicamente mais sofisticados; c) crescem a uma taxa média superior às nacionais; d) são mais capital intensivas, criando proporcionalmente menos empregos; e) pagam salários mais elevados (33% a mais em média); f) apresentam elevado índice de endividamento, que lhes permite enviar juros às matrizes, ao invés de lucros; g) apresentam taxa de lucro ligeiramente superior às nacionais; h) remetem em termos de lucros declarados , 4,4% de seu capital; h) limitam exportações para não competir com suas matrizes; i) transferem tecnologia inadequada em relação à disposição de fatores locais; j) tendem cada vez mais a comprar empresas nacionais ao invés de criar novas empresas.

Outro grande problema com relação á expansão das multinacionais no país é que a pesquisa tecnológica feitas por essas empresas não ocorre no Brasil , mas no exterior , criando fortes condicionantes para o desenvolvimento do país.
Existem todavia exceções . A Motorola está investindo US$ 7 milhões para desenvolver softwares para telefonia móvel , em parceria com quatro instituições de pesquisa e universidades brasileiras .
O maior investidor no Brasil ainda são os Estados Unidos , seguidos pela Espanha , que nos últimos anos aumentou muito seu investimento no país .

INVESTIMENTO ESTRANGEIRO NO PAÍS 1999

Continente % recursos
País Patrimônio US$ bi
Europa 47
Estados Unidos 38,5
América Norte 34
Itália 6,1
Ásia 8,5
Holanda 5,7
América Latina 3
Portugal 5,5
Outros 7,5
Reino Unido 6,3
Suíça 4,2
Canadá 3,9
Estados Unidos 38,5
Bélgica 2,3
Espanha 10,9
Suécia 1,9
Alemanha 10,5
Chile 1,4
Japão 8,7
França 8,6
Outros 17,8
Total 130,7
Fonte : Sobeet in Veja, 16.06.99 , p. 139

CRITÉRIOS DE INVESTIMENTO NO BRASIL

A lei brasileira permite que empresas estrangeiras , mesmo estatais, comprem até 10.000 hectares de terra , com uma autorização do INCRA .
Não há políticas de contrapartida da produção local , como a China tem .
No caso das relações trabalhistas , o Ministério do Trabalho só concede vistos de trabalho quando a empresa comprova que um brasileiro não pode exercer uma função pleiteada por um estrangeiro . ( Exame, 16.06.2010 , p. 25) .

As empresas chinesas

A China mudou sua postura em relação ao Brasil . Nos anos 90, na fase 1 era fornecedora de quinquilharias e bugigangas, produtos de baixo valor que invadiram o mercado brasileiro.

Nos anos 2.000 produtos de origem chinesa mais sofisticados como motocicletas , televisores e aparelhos celulares começam a chegar às lojas brasileiras.

Na fase 3 em 2010 , a China elege o Brasil como parceiro estratégico para fazer pesados investimentos em setores como energia, petróleo , mineração e alimentação .A China em 2009 ocupava o 29° posto no ranking de investimento direto estrangeiro com apenas 0,25% do total. Em 2010 os investimentos chineses deverão representar 25% do total recebido , os chineses deverão ser os maiores investidores no país e o total investido no ano deve superar US$ 10 bilhões.

Com uma população de 1,m4 bilhão de habitantes e reservas de US$ 2,4 trilhões , as maiores do mundo em ambos os casos , a China precisa de muita comida, petróleo , minério de ferro, energia , celulose e uma infinidade de matérias-primas o que dá uma idéia do potencial de crescimento dos negócios com o Brasil. ( Exame, 16.06.2010, p. 23, 24 ) .

As empresas chinesas começam a entrar no Brasil . Em 2004 metade de todos os investimentos diretos da China , US$ 18,5 bilhões , vieram para a América Latina .

A Gree produz aparelhos de ar condicionado em Manaus e dobra a sua produção todo ano , desde que se instalou em 2001.
A SVA lançou um DVD de preço popular , R$ 350,00 e está desbancando muitos concorrentes e está se preparando para lançar um computador com preço de US$ 300.
A ZTE vendeu em 2004 1,25 milhão de celulares para a vivo , em um contrato de US$ 100 milhões, seu aparelho é vendido às operadoras por R$ 240,00
A Huawei é a maior fabricante de equipamentos de telecomunicações da China e também está instalada no Brasil . ( E S P 13.02.2005, p. B-3) .
A siderúrgica Wuhan Iron & Steel ,uma das maiores do setor na China , comprou 21% das mineradora MMX , do empresário Eike Batista por US$ 400 milhões e vai investir US$ 3,5 bilhões para deter 60% da usina de aço que o grupo EBX está construindo no Rio de Janeiro .
A petroleira Sinochen , uma da maiores do país , adquiriu 40% do campo de peregrino , na área do pré-sal , que pertencia à norueguesa Statoil .
A State Grid , líder na área de energia elétrica na China , comprou sete concessionárias de transmissão que pertenciam à espanhola Plena por US$ 1,7 bilhão .
A mineradora ECE pagou US$ 1,2 bilhão pela Itaminas e suas minas de ferro.
A mineradora Honbridge investiu US$ 400 milhões no projeto Salinas de minério de ferro , da Votorantim em Minas Gerais, e se comprometeu a investir US$ 3 bilhões no projeto até 2013.
A Chingqing Grain Group anunciou que vai investir US$ 300 milhões na compra de terras no Nordeste para produzir soja.
A Sany Heavy Industries aplicará US$ 100 milhões em uma fábrica de guindastes e escavadeiras no interior paulista .
A Cherry , maior montadora chinesa de automóveis anunciou que terá um fábrica no Brasil, com investimento de US$ 700 milhões .
A fabricante de motos e motores Zongshen , que em 2009 comprou a brasileira Kasinski , vai inaugurar uma nova fábrica e Manaus com capacidade para produzir 110.000 motos por ano .
A Lenovo de computadores já produz no Brasil há alguns anos .
A Petrobrás recebeu em 2010 um aporte de US$ 10 bilhões do governo chinês para ser pago em barris de petróleo ao longo dos próximos anos . ( Exame, 16.06.2010, p. 20-27) .

Os brasileiros vendedores

Pesquisa realizada pela Revista Veja com 101 empresários brasileiros que venderam suas empresas para multinacionais apresentou dados interessantes : 62% dos empresários abandonaram a atividade econômica , por 3 razões principais : ficaram com pouco dinheiro para tocar novos projetos ; estão desanimados e pessimistas com o mercado e estão aguardando melhores oportunidades de voltar ao mercado. Cerca de 20% permaneceram trabalhando na própria empresa como conselheiros ou mesmo presidentes e até injetaram parte do valor recebido na companhia . Cerca de 18% usaram parte do dinheiro em um novo empreendimento e parte está aplicada no sistema financeiro. Ou seja de cada dez , seis abandonaram a atividade , dois viraram empregados e apenas 2 permaneceram na vida empresarial como empreendedores. A estimativa é de que apenas 12% do total recebido foi reaplicado no setor produtivo.

O quadro portanto é muito negativo . Empresas estrangeiras aumentando sua participação na economia brasileira que era de 8% e já passou de 20% do PIB e em substituição a empresários nacionais que simplesmente estão abandonando a atividade para viver de renda , mesmo assim a economia não é das mais abertas como é possível verificar no quadro abaixo.

PARTICIPAÇÃO DO CAPITAL ESTRANGEIRO NO PIB EM %
País % participação
Alemanha 10
Suécia 24
EUA 11
China 27
França 12
Austrália 29
México 15
Chile 39
Brasil 20
Holanda 44
Canadá 23
Nova Zelândia 63
Grã Bretanha 24
Cingapura 100
Fonte : Unctad e banco Mundial , citado em Veja, 24.05.2000 , p. 50.

As razões do desânimo são conhecidas . Dívidas pesadas contraídas devida às elevadas taxas de juro . De 6% no mercado internacional para no mínimo 30% no Brasil. Mesmo os empréstimos brasileiros no exterior são problemáticos pelo chamado risco Brasil que onera a taxa de juros e pela política cambial instável e sujeita a impacto de crises internacionais Um sistema tributário que onera a produção com impostos em cascata e com alto índice de sonegação que prejudica aqueles que cumprem corretamente as suas obrigações. A carga tributária já chegando a 30% do PIB para custear um Estado ineficiente . . Baixo desempenho pelo excesso de funcionários ou tecnologia atrasada e brigas de família em razão do alto índice de empresas brasileiras nesta situação. Dos 300 maiores grupos privados do Brasil, 265 são de controle e gestão familiares . Muitos venderam ainda as suas empresas pela simples razão de que receberam uma oferta irrecusável de um grupo multinacional. ( Revista Veja, 24.05.2000 , p. 42 a 50).

A realidade destas aquisições é que a liderança empresarial brasileira está sendo substituída por uma classe de "rentiers " que se contenta em ganhar dinheiro no mercado financeiro e estamos condenados a sermos executivos de multinacionais .

Multinacionais e desnacionalização

Porém apesar do grande aumento do investimento estrangeiro o Brasil ainda não é um dos países com grau muito elevado de participação do capital estrangeiro , em relação ao PIB , sendo de aproximadamente 20% enquanto há países em que esta participação é muito superior conforme o quadro a seguir :

INVESTIMENTO ESTRANGEIRO EM RELAÇÃO AO PIB ( EM %)
PAÍS % DO PIB
Cingapura 100
Egito 21
Indonésia 63
Espanha 21
Nova Zelândia 63
Brasil 20
Hong Kong 57
Venezuela 17
Vietnã 52
México 15
Holanda 44
Colômbia 15
Chile 39
Argentina 13
Austrália 29
França 12
China 27
Estados Unidos 11
Suécia 24
Alemanha 10
Grâ Bretanha 24
Índia 3
Canadá 23
Federação Russa 3
Fonte : Banco Mundial e Unctad , in Veja, 2.2.2000 , p. 117

O resultado desta acentuada expansão do capital estrangeiro foi que passou a dominar a indústria nacional , passando a representar 53,5 % do faturamento dos 350 maiores grupos industriais no final de 99 , enquanto em 1991 representava cerca de 36% .

INDUSTRIA NACIONAL SEGUNDO CONTROLE DO CAPITAL 1991 – 1999

Anos 1991 1996 1999
INDÚSTRIA BÁSICA
Empresas estatais
42,4 ; 22,6 ; 25,8
Empresas nacionais
36,5 ; 47,9; 41,1
Empresas estrangeiras
21,2 ; 29,4; 33,1
IND DIFERENÇAS TECNOLOGIA
Empresas estatais
0,8; 0 ; 0
Empresas nacionais
38,8 ; 24,4 ; 13,1
Empresas estrangeiras
60,3 ; 75,6; 86,9
IND. TRADICIONAL
Empresas estatais
0
Empresas nacionais
63,5; 55,4; 51,5
Empresas estrangeiras
36,5
44,6
48,5
TOTAL DA INDÚSTRIA
Empresas estatais
20,5 ; 9,9 12,5
Empresas nacionais
43,5; 42 ; 34
Empresas estrangeiras
36; 48,2; 53,5
Fonte : Instituto de Economia da UFRJ in F S P 10.02.2002, p. B-1

O setor de serviços foi o que apresentou maior avanço do capital externo ao longo da década de 90 . A participação do capital estrangeiro no faturamento dos maiores grupos do país saltou de 9,4% em 1991 para 26,1% em 1999. O setor bancário foi onde houve maior expansão , passando de 8 para 21,3% no mesmo período.

SETOR DE SERVIÇOS NO BRASIL SEGUNDO CONTROLE DE CAPITAL
1991 ; 1996 ; 1999
SERVIÇOS FINANCEIROS
Empresas estatais
56,5; 39; 34,3
Empresas nacionais
35,5; 54,6; 44,4
Empresas estrangeiras
8; 6,4; 21,3
INFRA ESTRUTURA
Empresas estatais
74,1; 76,9; 42,9
Empresas nacionais
9 ;10,6; 24,9
Empresas estrangeiras
16,9; 12,5; 32,3
OUTROS SERVIÇOS
Empresas estatais
1,1; 4,4; 5,4
Empresas nacionais
91,1 ; 77,4; 67,5
Empresas estrangeiras
7,8; 18,2; 27,1
TOTAL SERVIÇOS
Empresas estatais
55,5; 46,4; 33
Empresas nacionais
35,1; 43; 40,8
Empresas estrangeiras
9,4 ; 10,5; 26,1
Fonte : Instituto de Economia da UFRJ in F S P 10.02.2002, p. B-3

Porém estudo realizado pelos economistas da Unicamp Fernando Sarti e Mariano Laplane mostram que o capital estrangeiro está substituindo o capital nacional nos investimentos. Em 1990 do total de gastos com compra de equipamentos , instalação ou modernização de fábricas 1,2% era de dinheiro externo e em 1999 esta participação cresceu para 19,4 % .

INVESTIMENTO ESTRANGEIRO/INVESTIMENTO TOTAL EM %
Ano % inv. Estrangeiro
1990 1,2
1995 3,7
1991 1,6
1996 7,8
1992 2,9
1997 11,9
1993 1,2
1998 19
1994 2,4
1999 19,4
Fonte : IPEA .

A taxa de investimentos em relação ao PIB permaneceu relativamente estabilizada , entre 16,5 e 18% do PIB o que com a maciça entrada de capitais estrangeiros , beirando os US$ 30 bilhões anuais desde 1999 , demonstra esta substituição do capital nacional pelo estrangeiro. ( F S P 24.01.2000 , p. 3-3) .

QUADRO TAXA DE INVESTIMENTO EM % DO PIB
Ano Taxa investimento
1990 15,5
1991 – 15,2
1992 – 14
1993 – 14,4
1994 – 15,3
1995 16,6
1996 16,5
1997 17,9
1993 14,4
1998 17,4
1999 17,2
Fonte : IPEA .

CAPITAL INVESTIDO NA AL E NO BRASIL 1990 – 1999 US BILHÕES ano
AMER L. BRASIL
1990 10,3 ; 1,1
1991 – 16,5 ; 1,1
1992 – 21,5 ; 1,7
1993 – 200 ; 1,2
1994 – 31,5; 2,6
1995 2,9 ; 5,5
1996 46,2 10,5
1997 68,3 18,7
1998 71,6 28,7
1999 97 31
Fonte : Unctad in F S P 10.02.2000 p. 2-10

OS FUNDOS ESTRANGEIROS

Com a crise econômica a partir de 2007 cresceram acentuadamente os fundos estrangeiros , com patrimônio superior ao PIB brasileiro que aproveitaram a depreciação dos preços das ações e ampliaram suas fatias em algumas das mais rentáveis empresas nacionais .
Assim diversos fundos estrangeiros passaram a deter mais de 5% do capital de inúmeras empresas listadas em bolsa .
O Fidelity , maior acionista da Disney , que administra US$ 1,5 trilhão de cerca de 23 mil clientes tornou-se sócio da BM&F Bovesp, Vivo, Iguatemy, Gafisa , Cosan e Medial Saúde ;

O Barclays Global , braço de investimento do britânico BArclay's é o maior gestor de fundos do mundo de fundos que são negociados na Bolsa como ações (ETF) , que respondem por até 35% dos negócios das principais bolsas do mundo e é sócio do Itaú-Unibanco, Bradespar , Copel e Vale ;
Skagen Kon-Tiki gestora norueguesa especializada em mercados emergentes, onde coloca mais de 50% dos recursos administrados é sócio da Banrisul e Eletrobrás;
Lazard , fundada em 1848 , tem mais de US$ 71,2 bilhões sob sua administração e no Brasil é sócio da AES Tietê , Eletropaulo e Redecard;
Wellington , com US$ 396 bilhões , gestora americana tem clientes em mais de 40 países e é sócia no Brasil de Aracruz , Cosan e TAM;
Oppenheimer , desde 1960 a gestora com sede em Springfiel tem 13 milhões de clientes e US$ 505 bilhões em recursos e no Brasil é sócia da Embraer e Lojas Americanas;
Brack Roch , com US$ 1,3 trilhão em recursos é uma das maiores administradoras de fundos de hedge dos EUA , e tem participação na SLC Agrícola , Bradespar e TAM;

O Fundo de Pensão dos Professores de Ontário , controlado pelo sindicato dos professores da região de Ontário no Canadá , é um dos maiores fundos de pensão do mundo , com US$ 110 bilhões , e gere os planos de aposentadoria para 167 mil professores . É sócio no Brasil da OGX Petróleo e Gás.( F s P , 13.07.2009, p. B-1) .

MULTINACIONAIS NO BRASIL EM 2009.

Com a estagnação ou a retração das economias da Europa e dos Estados Unidos , a força do mercado interno brasileiro , sobretudo a partir do segundo semestre , contribuiu para melhorar o desempenho das companhias multinacionais nos mais diversos setores .

Com vendas de R$ 11,5 bilhões em 2009, a Unilever Brasil subiu no ranking da multinacional e alcançou a segunda posição , apenas atrás dos EUA . Em 2004 era a sétima subsidiária em faturamento .

A Nestlé Brasil em 2009 também se transformou no segundo principal mercado da multinacional suíça , com vendas de R$ 15,5 bilhões . O país galgou duas posições no ranking de faturamento , superando Alemanha e França e ficando atrás apenas dos EUA. As vendas da empresa cresceram apenas 1,2% na Europa contra 4,8% nas Américas e 10% no Brasil .

Na Imbev , maior cervejaria do mundo as vendas de cerveja caíram 0,8% em, 2009 e subiram 9,9% no Brasil . A Ambev respondeu por 30,8% do Ebtida [ lucro antes de juros , depreciação , impostos e amortização ] do grupo, que foi de US$ 13 bilhões em 2009 .

No setor de veículos o estímulo ás vendas fez do Brasil um dos únicos países a registrar crescimento no mundo, de 11,4% e pela primeira vez na história as vendas da Fiat no Brasil superaram as da matriz . Foram 737 mil unidades , contra 722 mil na Itália . Há dez anos o mercado brasileira era metade do italiano .
Na Portugal Telecom , 51,1% do resultado em 2009 teve origem no Brasil . No último trimestre de 2009, as vendas da Vivo , da qual a Portugal Telecom é dona de 50% , cresceram 18% no Brasil para 905,3 milhões de euros , enquanto elas caíram em Portugal em 3,4% , para 846,7 milhões de euros .

Na rede varejista francesa Casino , controladora do grupo Pão de Açúcar , as vendas da matriz recuaram 3,8% e na América do Sul, cresceram 5,7% .
Mesmo assim , devido ao baixo crescimento em 2009, as filiais remeteram para suas matrizes no exterior US$ 17,7 bilhões em 2009 , 30% a menos do que os US$ 25,3 bilhões de 2008 . F S P , 8.3.2010 , p. B-1) .

AÇUCAR E ÁLCOOL

A Infinity Bio-Energy , empresa sustentada por fundos estrangeiros ( Kidd & Company e Och-Ziff e o banco de investimento Merryl Linch ) , em um ano e meio comprou oito usinas e anunciou a construção de outras cinco , tendo investido R$ 1 bilhão nas aquisições . A pretensão é tornar a empresa uma das maiores produtoras globais de etanol. De acordo com a consultoria Datagro, existem 138 projetos anunciados no país e parte substancial deles receberá recursos de fora do Brasil . De 2006 a 2007 a participação do capital estrangeiro no total de cana moída passou de 6 para 12% , com a injeção de US$ 2,8 bilhões no setor . Revista Exame, 24.10.2007, p. 44-45 ) .

A Brenco , tendo como sócios fundadores o indiano Vinod Khosla , Ttephen Case, fundador da AOL , e James Wolfensohn , ex-presidente do Banco Mundial está com dez projetos de usinas em andamento , um investimento de US$ 2,3 bilhões , com produção que será focada para o mercado externo .
A empresa estuda instalar um duto ligando o interior de Mato Grosso a Santos (SP) .

A Adecoagro, que tem como maior investidor George Soros têm três projetos em andamento com investimento de US$ 3,3 bilhões .
A Petrobrás assinou com a sua sócia , a trading japonesa Mitsui , a documentação para a constituição da Participações Nippo Brasleira em Complexos Bioenergéticos , uma empresa paritária na área de bioenergia , especialmente nos de etanol, destinados ao mercado japonês . Outro foco da empresa será a geração de energia elétrica a partir do bagaço de cana.( F S P , 14.03.2008 , p. B-3) .

A divisão de biocombustíveis da British Petroleum (BP) , uma das maiores petroleiras do mundo adquiriu 50% da Usina Tropical Bio-Energia S A , uma joint-venture entre a Santaelisa Vale ( tradicional produtora de açúcar e álcool) e o grupo Maeda ( grande produtor agrícola ) . A unidade em construção está instalada em Edéia , sul de Goiás e começa a produzir em julho de 2008 . O acordo prevê investimentos de R$ 1,66 bilhão . É a primeira participação de uma grande petroleira na produção de álcool , inaugurando um novo ciclo de investimento no setor . ( F S P , 25.04.2008 , p. B-3) .

A Companhia Nacional de Açúcar e Álcool , constituída pelas brasileira Santelisa Vale , por fundos privados americanos e pelo Global Foods , holding registrada nas Antilhas Holandesas obteve um empréstimo de US$ 269 milhões do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento para três usinas de álcool em Minas Gerais e Goiás .O investimento total será de US$ 1,1 bilhão . As usinas produzirão 420 milhões de litros de álcool por ano e gerarão a sua própria eletricidade com a queima do bagaço e poderão abastecer até 400.000 residências de médio porte com o excedente . A cifra é recorde de investimento no setor para um banco de desenvolvimento e é mais significativa ainda por representar uma chancela de uma instituição internacional para a produção brasileira de álcool entendida como um projeto sustentável e pelo projeto ter sido aprovado por unanimidade pela diretoria do banco .( F S P , 24.07.2008 , p. B-9) .

A americana ADM , uma das maiores empresas de agronegócio do mundo está em negociação com Antonio Cabrera que está construindo dias usinas de etanol , uma em Minas Gerais e outra em Goiás , para um possível acordo . ( Exame , 10.09.2008 , p. 106) .

A Dalkia, divisão de energia do grupo francês Veolia Environnement pretende atingir uma capacidade instalada em centrais de biomassa brasileira de 60 MW até 2011 . A empresa já tem projetos em SP, MG, PR e RS . Segundo Philippe Roques , diretor industrial da Dalkia Brasil , "acreditamos que , com a crise econômica, os projetos de eficiência energética se tornam ainda mais importantes ".A empresa pretende crescer 15 % 2009 . ( F s P , 16.02.2009 , p. B-2) .

A Indian Oil , a Hindustan Petroleum e a Bharat Petroleum arquivaram planos de investir em fazendas de cana-de-açúcar no Brasil para a produção de álcool em decorrência da restrição de recursos . As empresas trabalhavam com propostas para adquirir de 15 a 35% em duas companhias – a Louis Dreyfus Commodities Bioenergia e a Infinity Bio-Energy e de 50% com a Rezek Energia . ( F s P , 26.02.2009, p. B-3)

O governo de Goiás criou incentivos que adiam por dez anos a cobrança de R$ 35 bilhões de ICMS e com isso vem atraindo investimentos estrangeiros em usinas de cana . A participação estrangeira na área já é de 15% , única no país . Quatro unidades no sul de Goiás estão sendo construídas pela Brenco . A ADM , companhia mundial de processamento de grãos e uma empresa do grupo Toyota estudam parcerias em usinas no interior goiano .

Em Goiás estão sendo construídas quatro usinas pela Brenco , uma usina em Itumbiara , da nacional Santelisa Vale , com a Goldman Sachs e a Global Foods na Companhia Nacional de Açúcar e Álcool , com uma usina em Itumbiara e uma da Petrobrás grupo local e a japonesa Mitsui . ( F S P , 24.08.2008, p. B-10) .
Em outubro de 2009 o grupo francês Louis Dreyfus assumiu o controle da empresa paulista Santelisa dos grupos Biagi e Junqueira Franco . Da união da LDC Bioenergia e a Santelisa surge a LDC SEV, com 13 usinas e 60% sobre o controle do grupo francês. Com essa transferência , a participação externa no setor chega a aproximadamente 20% . As multinacionais estão preferindo investir em empresas instaladas e não em novos projetos . ( F S P 28.10.2009, p. B-1) .

A Bunge fechou acordo que a coloca como controladora do Grupo Moema , que tem quatro usinas de açúcar e álcool em São Paulo e duas em Minas . O valor da negociação pode chegar a US$ 1,5 bilhão , mas só envolve troca de ações . ( F s P , 29.12.2009, p. B-8) .

MULTINACIONAIS NO BRASIL

ALIMENTOS
Água mineral
Lindóia e – Perrier – França.
Nestlé – Aquarel , São Lourenço, Santa Bárbara , Petrópolis, Perrier , San Pellegrino e Acqua Panna .
Adoçantes
A Bunge , maior processadora mundial de oleaoginosas comprou em junho de 2008 a Corn Producs International , por US$ 4,2 bilhões , o que lhe garante o controle da produção de adoçantes à base de milho . A empresa fornece xarope de milho de alto teor de frutose e aditivos alimentares para clientes como a Coca-Cola e a Pepsi Co. ( F S P , 24.06.2008 , p. B-14) .
Água de Coco
A Pepsico , segunda maior fabricante de refrigerantes do mundo anunciou em 12 de agosto de 2009 um acordo para a compra da brasileira Amacoco , maior produtor de água de coco do país . Serão compradas fábricas no Pará , em Pernambuco e no Espírito Santo e as marcas Kero Coco e Trop Coco , que respondem por aproximadamente 40% do mercado brasileiro .( F S P , 13.08.2009, p. B-9) .

Bebidas

Cervejaria Cintra de Portugal tem fábricas no interior paulista e no Rio de Janeiro. Kaiser a segunda maior cervejaria do país foi adquirida pela canadense Molson em consórcio com a holandesa Heineken em março de 2002 . A Molson já era dona da Bavaria .

Bolachas e biscoitos e balas

A Danone francesa tem o controle da Aymoré de Minas Gerais segundo maior fabricante de biscoitos do país. Melbrás da Van Melle Holanda . Petybon é da Bunge y Borna da Argentina. Findin grupo italiano tem 50% da Visconti e Bauducco . A mexicana Bimbo comprou a Pullmann .
A Pilar , maior empresa do Nordeste , fundada em 1875 pelo português Luis Fonseca de Oliveira estava na quinta geração e os 33 sócios não se entendiam e acabou fechando. A fábrica de biscoitos ficou com a Fleischman , da americana Nabisco e a de margarinas e massas para a Santista do grupo argentino Bunge & Born .

Café solúvel

Café do Ponto , vendido para Sara Lee , por valor não divulgado. A Lavazza , líder do setor na Itália comprou em abril de 2008 a Café Terra Brasil , empresa nacional especializada em café expresso de alta qualidade . A empresa pretende investir 30 milhões de euros até 2010. A Lavazza processa na Itália , 2,2 milhões de sacas de café por ano, dos quais 1 milhão sai do Brasil . ( F S P , 19.04.2008 , p. B-7) .

Carnes

Frangosul , a quarta do ranking comprada pela francesa Doux . A Seara , terceira empresa do setor , depois da Sadia e Perdigão foi comprada em 2004 pela norte-americana Cargill .

Chocolates

No setor de chocolates só existia em 2002 uma empresa nacional a Garoto , dona de 24% do mercado, que foi adquirida pela Nestlé em março de 2.002 , que passou a dominar mais de 50% do mercado brasileiro . A americana Lacta que foi comprada pela Philip Morris em 1996 por US$ 249 milhões, A italiana Ferrero Rocher já tem fábnca em Minas Gerais . Em agosto de 2001 a maior fabricante de chocolates dos EUA , a Hershey Foods , comprou por US$ 18 milhões a Visconti , que era da italiana Findim .

. Estão no país ainda a italiana Parmalat ( que comprou a Neugebauer em 1998 , que era uma das mais antigas empresas brasileiras, com 107 anos ) e a americana Mars. A Visconti é da americana Hershey's . O mercado potencial do Brasil na venda de chocolates é muito grande . Consumimos uma média de 1,8 kg por habitante ano, contra 12 da Suiça e 5 dos EUA . O Brasil tem 64 milhões de consumidores, mais do que a população da França , outros 50 milhões poderão tornar-se compradores do produto. ( Veja, 8.8.2001, p. 131) .

Laticínios

Parmalat comprou Laticínios Teixeira , Alimba e Via Láctea em 1990 , Alpha, Santa Helena e Supremo em 1991 , Go-go e Mococa de Goiás em 1992 , Planalto , Lacesa e Petbom em 1993 e Celpe em 1994 .
A Nestlé em 1990 comprou a usina da CCPL em Minas Gerais , em 1993 as fábricas de queijo e leite da Spam . Bomgraim comprou a Polenghi, Skandia, Campo Limpo e Airouca . Gessy Lever comprou os queijos Rex, Luna e a Cica em 1993 .
Grupo Mansur comprou a Flor da Nata , Vigor e Leco associado ao grupo Dairy Dannnark International da Dinamarca .
Em 2003 a goiana Kremon do Brasil comprou o laticínio Mococa do grupo holandês Royal Numico . A Mococa é a terceira maior marca de leite condensado do país com 12% de participação no mercado , tendo capacidade para processar 350 mil litros de leite por dia comprados de 600 produtores. Ela já havia comprado a marca Avaré e a fábrica de Cerqueira Cesar da Parmalat em 2002 . ( Valor, 24.07.2003, p. B8)
A Sadia e a Kraft Foods criaram em 2008 uma joint-venture que comercializará produtos refrigerados como queijos processados ( F S P , 29.04.2008, p. B-13) .

Pães

O grupo mexicano Bimbo adquiriu as marcas Pullman e Plus Vita em 2001 e em maio de 2008 comprou a fabricante de pães brasileira Nutrella , ficando com 75% das ações da empresa e o BNDESPar com os 25% restante . Com a compra o grupo passa a ser o maior fabricante de pães do país e já é o maior fabricante de pães da América Latina e o segundo maior do mundo .( F S P , 9.5.2008 , p. B-16) .

Pão de queijo

A General Mills , terceira maior empresa americana de alimentos comprou as 3 principais fábricas de pão de queijo de minas , controlando 59% do mercado . Em 1999 pagaram US$ 80 milhões pela líder do Mercado Forno de Minas e também compraram a Mania de Minas . Em 2003 compraram a São Geraldo .

Restaurantes

A rede Frango Assado pertence ao fundo de investimento americano Advent International.

Sorvetes -

O grupo anglo-holandês Gessy Lever , adquiriu a Kibon Sorvane . A Gelato Yopa é da Nestlé e Gessy Lever .

Sucos

Maguary da Souza Cruz . e Frutesp do grupo Frutopic – Dreyfus . Jugos Del Valle mexicana é líder do setor no Brasil .
Mais Indústrias de Alimentos ( Sucomais ) a segunda maior do mercado no Brasil, comprada em 2005 pela Coca Cola por R$ 110 milhões . ( F S P 30.07.2005 , p. B-8) .

Temperos e extratos

A Arisco foi vendida em fevereiro de 2000 por US$ 490 milhões para a americana Bestfoods , que já é proprietária da Refinações de Milho Brasil ( Hellmann's , Knorr, Mazola e Maizena ) . A Bestfoods fatura por ano em torno de US$ 9 bilhões e esgtá presente em 110 países . ( Veja, 16.2.2000, p. 120). Tecnifood , polpa de tomate da Sasib AS Itália .
Viscofan do Brasil e Carbonell do Brasil empresas espanholas.

AUTOMOBILÍSTICO – 93 % do setor está na mão de multinacionais O governo FHC aprovou por medida provisória um regime automotivo permitindo a concessão de benefícios fiscais a montadoras para se instalarem no Brasil. Cerca de 16 empresas já anunciaram a construção de fábricas no Brasil , atraídas por uma série de incentivos - redução de imposto de importação e IPI para bens de capital importados, de IPI para bens de capital nacional e isenções para importação de insumos. No regime regional ainda está prevista a isenção de imposto de Renda até 2010 e crédito presumido do IPI em valor equivalente ao dobro do recolhido até 2010, como ressarcimento do PIS/Cofins. É uma tremenda renúncia fiscal e há dúvidas sobre a capacidade do mercado brasileiro de absorver um número tão grande de novas empresas.
Em Taubaté está em construção a fábrica da Autoliv Inc, indústria sueca produtora de cintos de segurança e airbag, com início de produção previsto para 1998.
A Peugeot-Citroen inaugurou em dez/00 fábrica em Porto Real no Rio de Janeiro para a produção de 100.000 unidades do Xsara Picasso e Peugeot 260. A General Motors construiu fábrica em Gravataí , inaugurada em julho/00 para a produção de 120.000 unidades/ano do Celta . A Fiat Iveco inaugutou em nov/00 fábrica em Sete Lagoas MG , para produção de 30.000 unidades/ano de Vans Ducato e caminhões Daily.
A Ford inaugurou em outubro/2001 fábrica em Camaçari na Bahia com investimento de US$ 1,2 bilhão e capacidade de produção de 250.000 carros.
A americana John Deere está inaugurando em 2008 uma fábrica de tratores e colheitadeiras no Rio Grande do Sul, com investimento de US$ 250 milhões .
O grupo alemão MAN AG adquiriu em dezembro de 2008 o controle da brasileira Volkswagen Caminhões e ônibus por 1,175 bilhões de euros . A Volkswagen é dona de 30% da MAN e é também sócia majoritária da Scania . ( F S P , 16.12.2008 , p. B-5) .
O grupo Zonghshen , um dos maiores fabricantes de motocicletas da China, com faturamento anual de US$ 1,5 bilhão deve comprar a Kasinski , marca de motos criada há dez anos pelo empresário Abraham Kasinsky , fundador da Cofap. A empresa vai investir US$ 80 milhões na operação brasileira , que inclui uma fábrica em Manaus com capacidade para produzir 540.000 motos por ano . ( Exame, 29.07.2009, p. 10).
A chinesa Chery , a maior montadora da China chega ao Brasil em 2009 em sociedade com o JLJ , grupo de empresas de alimentos com sede em Salto , interior de São Paulo , cujo principal negócio é fornecer refeições a escolas . A empresa pretende comercializar 30.000 veículos em 2010 e montar uma fábrica no Brasil em 18 meses Inicialmente os veículos serão montados no Uruguai . ( Exame, 29.07.2009, p. 64-66).

AUTO-PEÇAS - As empresas de autopeças com maioria de capital estrangeiro já são responsáveis por 80% do faturamento da indústria no Brasil , que atingiu US$ 17 bilhões em 1996. "Nos ultimos tres anos... mais de 50 empresas brasileiras foram compradas ou se associaram a grupos multinacionais."(Folha de S. Paulo; 23.6.97 , p. 2-7).
Acumuladores Narvit vendida para Yusa Corporation do Japão por R$ 25 milhões. Freios Varga , vendida para Lucas Varity da Inglaterra por US$ 115 milhões . Cofap vendida para Magneti Marelli Itália por US$ 65 milhões. Ficosa do Brasil e MB Metalbages do Brasil são espanholas.
Metal Leve ( Mindlin) , vendida para Mahle da Alemanha por US$ 60 milhões.
Empresas espanholas – Ficoba ,

AVIAÇÃO

A Embraer , em outubro de 1999 vendeu 20% de seu capital para um grupo de 4 empresas francesas : Aerospatiale-Matra , Dassault, Snecma e Thomson-CSF em uma transação que alcançou US$ 207 milhões. Helibrás Helicópteros associação da Aerospatiale , governo mineiro e Banco Cidade de São Paulo.

BORRACHA SINTÉTICA

Em dezembro de 2007 a petroquímica alemã Lanxess , comprou a Petroflex , a maior fabricante de borrachas sintéticas da América Latina . A Lanxess tem fábricas em Porto Feliz(SP) , Cabo (PE) e Triunfo ( RS) e deverá quadruplicar de tamanho com a compra . ( F S P , 14.12.2007 , p. B-14) .

BRINQUEDOS
Lego do Amazonas – Lego Group (Dinamarca) . DB Brinquedos – JP Morgan .

CIGARROS
Souza Cruz e Philips Morris.

CIMENTO
Cimentos de Portugal – Cimpor comprou a Serrana e Cisafra . por R$ 400 milhões Comprou ainda o Grupo Bernnand , dono da Companhia de Cimento Goiás , Companhia de Cimento Atil e Companhia Paraíba de Cimento Portland – Cimepar , responsável por 5% do mercado brasileiro com atuação no Nordeste e Centro Oeste . O Cimpor, com aproximadamente 9,2% já é o terceiro grupo nacional , atrás da Votorantin (41,62%) e João Santos (11,5%) . ( F S P 9.9.99, p. 2-3) .

COMBUSTÍVEIS

Em maio de 2009 a Shell comprou da Cosan a área de distribuição de combustíveis de aviação por R$ 1560 milhões e passou a ter 30% do mercado . ( F S P 21.052009, p. B-5) .

COMÉRCIO

Porcelanas Vista Alegre do Portugal comprou a fábrica de louças da Renner no Rio Grande do Sul . J C Penney uma das maiores redes varejistas dos Estados Unidos comprou 63% do controle acionário das Lojas Renner com 21 lojas . ( F S P 9.12.98 p. 2-12) .
A gigante do varejo nordestina GBarbosa foi vendida por US$ 430 milhões para o grupo chileno Cencosud em novembro de 2007 .
Empresas Espanholas – Zara , MNG .
A rede varejista Quero Quero pertence ao fundo de investimento americano Advent International.

COMUNICAÇÕES

Telesp Celular comprada pela Portugal Telecom , que é sócia da CRT no Rio Grande do Sul . Telesp comprada pela Telefónica da Espanha . Na área de equipamentos Sid Telecom – Sharp ; AT & T (EUA) e Italtel (Itália) . Equitel – tecnologia da Siemens da Alemanha . Ericsson empresa sueca associada ao grupo Monteiro Aranha e NEC japonesa , associada a Roberto Marinho.

EDITORAS

A Editora Objetiva teve 75% de seu capital vendido para Santillana da Espanha do grupo Prisa em 2005 . Antes em 2001 a Santillana incorporou a Moderna . Na área editorial a Planeta e a Oceano e a Anaya , espanholas já atuam no Brasil .

ELETRODOMÉSTICOS

A mexicana Mabe comprou em 1 de julho a BSH Continental por US$ 35 milhões A Mabe entrou no Brasil há seis anos , adquirindo a divisão de refrigeradores da CE e o controle da GE Dako . A BSH Continental , filial brasileira da alemã Bosh und Siemens Hausgerate GmbH, dona das marcas Bosh e Continental. Em um primeiro momento as cinco marcas serão mantidas . ( F S P , 2.7.2009, p. B-7) .
Prosdócimo é da Eletrolux (Suécia ) , A Brastemp e a Cônsul são da americana Wirpool .

ELETRÔNICA

79% da indústria eletrônica pertence ás multinacionais . Sem Toshiba ( Sem Brasil e Toshiba do Japão ) ; Evadin associou-se à Moulinex ( França) , CCE à Merloni ( Itália ) , Gradiente à JVC . Samsung e Zenith.
A chinesa SVA montou uma unidade de produção em Manaus para fabricação de aparelhos de DVD e monitores de cristal líquido .
A chinesa Gree tem uma unidade de produção de aparelhos de ar condicionado no Brasil .

ELEVADORES

Schindler do Brasil ( Suiça )
Embalagens
Por US$ 247,6 milhões , a empresa nacional de embalagens Dixie Toga vendeu as suas operações para a americana Bemis Company , uma das maiores do setor no mundo ( F S P 6.1.2005 , p. B-1) . O vendedor , Sérgio Haberfeld , 61 anos afirmou " Vendi por que já estava cansado e não sei se suportaria outro ciclo de investimentos e expansão dentro da companhia . Vou cuidar do meu zoológico , dos meus bichos, vou abrir uma ONG , sei lá . "

ENERGIA ELÉTRICA

Empresa Bandeirante de Energia e a Companhia de Eletricidade do Rio de Janeiro compradas pela EDP portuguesa .
Espanholas – Endesa , Iberdrola , Abengoa, Isolux Corsan .
A Light canadense foi comprada pela estatal francesa EDF , mas em março de 2006 um consórcio formado pela Cemig , Andrade Gutierrez e Pactual Energia Participações comprou 79,57% do capital da empresa por US$ 319.81 milhões . ( F S P 29.03.2006, p. B-6) .

EQUIPAMENTOS

Em Campinas , funciona a Thermo King Corporation, fábrica de equipamentos de refrigeração para transporte, propriedade da Ingersoll-Rand de Nova Jersey EUA.

EQUIPAMENTOS PESADOS

A chinesa Sany Heavy Industry , uma das maiores empresas de equipamentos pesados do mundo , com 20 mil funcionários e seis fábricas na China , e unidades nos EUA e na Índia , abriu uma subsidiária no Brasil em agosto de 2008 . A empresa vai fornecer equipamentos para mineração , portos e construção civil . Uma fábrica deverá ser construída nos próximos dois anos . ( Exame , 10.09.2008, p. 14).
A Liu Gong , estuda a implantação de uma fábrica em Minas Gerais para os próximos dois ou três anos . A empresa tem cinco fábricas na China e uma na Índia . ( F S P , 25.08.2008 , p. B-3) .

EQUIPAMENTOS DE SAÚDE

Em abril de 2008 a GE Heatlcare anunciou a construção de uma fábrica de monitores, com investimentos de US$ 50 milhões , com início de operações previsto para 2009 .
A Philips comprou em maio de 2008 a fabricante de equipamentos para monitoramente de pacientes Dixtal que é líder, com 58% do mercado . Em junho de 2007 a empresa já havia adquirido a empresa de diagnóstico por imagem VMI , maior fabricante brasileira de equipamentos de raio-X. ( F S P , 14.05.2008 , p. B-6) .

ESTALEIROS

Tecnomarine Construçõe Navais e grupo Ferreti Craft ( Itália) .

ETANOL
Espanhola – Abengoa Bioenergia .

FARMACÊUTICA

Farmitália Carlo Erba – Montedison Itália ; Merrel Lepetit Dow Chemical .

FERRAMENTAS

Black e Decker ( EUA) .

FERTILIZANTES

Solorrico vendida para a Cargill por US$ 200 milhões. A Bunge segundo diagnóstico do Ministério da Agricultura montou um oligopólio no setor de fertilizantes do Brasil e vem sendo a responsável por altos custos de produção de lavouras como soja e cana de açúcar .
Segundo o estudo , o oligopólio é composto ainda pelas multinacionais Mosaic e Yara , que influenciam o preço interno decidindo ora sobre a produção nacional , ora sobre o fornecimento internacional , por que as unidades dessas empresas no exterior vendem boa parte do fertilizante importado pelo Brasil .
O suposto oligopólio teve início em 1992 , quando a produção da matéria prima , até então monopólio da Petrobrás com a Fosfértil e a Ultrafértil foi privatizada . As duas empresas foram vendidas para a Fertifós . A partir daí, a Bunge adquiriu o controle acionário da empresa comprando outras companhias menores e controla 52,31% da Fertifós, e 58,62% da Fosfértil . A Yara (13,76%) e a Mosaic( 23,98%) são minoritárias na Fosfértil , mas tem poder de veto .
Com a união da Bunge e da Fosfértil , a mesma empresa controla a matéria prima e a indústria .Controla cerca de 98% da produção de ácido fosfórico , 88% da demanda de cloreto de potássio , 76% da produção de rocha fosfáltica , 94% da produção de superfosfato triplo , 87,2% da demanda de sulfato de amônia e 69% da produção de ácido sulfúruco . ( F S P, 12.02.2008 , p. B-1) .

FINANCEIRO:

O capital estrangeiro detém mais de 40% dos ativos bancários privados.
Após a compra do Bamerindus pelo HSBC , em agosto de 1997 o Banco Santander, maior conglomerado financeiro espanhol com ativos totais em 1996 de US$ 149,9 bilhões adquiriu o Banco Geral do Comércio e cerca de 50% do capital do banco Noroeste que passa a ser o nono banco privado brasileiro, com ativos totais de US$ 7,479 bilhões. Depois o Santander em janeiro de 2000 comprou o banco Bozano Simonsen e em maio a Banespa por R$ 7 bilhões . Em outubro de 2007 o Santander comprou o Banco Real , tornando-se o segundo maior banco privado do Brasil , atrás apenas do Bradesco .
A entrada dos bancos estrangeiros no mercado modificou o quadro pois o Santander e o HSBC já aparecem entre os dez maiores.
Em setembro de 1997 o Banco Espírito Santo de Portugal quinto maior do país , associado ao grupo Monteiro Aranha compraram o Banco Boavista o nono do ranking brasileiro pelo critério de ativos, e com 70 agências a maior parte no Rio de Janeiro. Nesta operação participou também o banco francês Crédit Agrícole. O Banco Boa Vista segundo o jornalista Celso Pinto era o último banco de porte que estava com problemas de liquidez no sistema bancário. O banco havia abusado do crédito e sofria com a inadimplência. Se todos os créditos renegociados não fossem pagos, o patrimônio líquido do Banco cairia para muito perto de zero. A capitalização do banco pela família controladora ou sua venda era exigência do Banco Central. (F.F.P. 4.9.97)
Uma semana de, pois do anúncio da compra do Banco Boa Vista o grupo norte-americano AIG (American International group) que já possuía 50% do capital da Unibanco Seguros , fechou a compra de 51%,o controle acionário do Banco Fenícia, da família Simeira Jacob, que continuará com 49%.(Lojas Arapuã, Etti, e construtora Lotus).O Banco Fenícia tem como atividades principais o financiamento de bens duráveis e o crédito ao consumidor, e a securitização de recebíveis(emissão de títulos lastreados em créditos a receber). A AIG com ativos de US$ 17 bilhões é uma das maiores seguradoras americanas, estando presente em 1130 países.
Na mesma semana o American Express Bank, braço bancário do grupo de cartões , adquiriu uma participação no Banco SRL para formar o Banco Inter American Express.
Em abril de 1998 o Excel foi vendido para o banco espanhol Bilbao Vizcaya BBV .
O Banco Holandês ABN-AMRO , após adquirir o Banco Real , comprou em 1998 o Bandepe – Banco do Estado de Pernambuco por R$ 183 milhões. Por sua vez em abril de 2007 o banco britânico Barclays comprou o ABN Amro por US$ 91 bilhões , tornando-se o quinto maior banco do mundo . (F S P 24.04.2007 , p. B-1 ) . Em outubro de 2007 o Barclays vendeu o Banco Real para o Santander .,
O Caixa Geral de Depósitos português, comprou o Banco Bandeirantes e tem 8% do capital do Itaú . Os suiços do CS First Boston compraram o Garantia , um dos maiores bancos de negócios do país .
Em janeiro de 1999 o Chase Manhattan , terceiro maior banco norte-americano comprou o banco Patrimônio ( F S P 8.1.99 , p. 2-7) . .
A administradora de cartões CSU Cardsystema pertence ao fundo de investimento americano Advent International, que em 8 de maio de 2009 comprou 30% da Cetip – Balcão Organizado de Ativos e Derivativos , por R$ 360 milhões . ( F s P , 9.5.2009, ,p. B-8) .

FRANQUIAS

O setor de serviços está registrando a entrada de multinacionais na área de franquias , inclusive de marcas menores . Os hotéis da bandeira Best Western já se espalham por 16 Estados . Na área de lavanderia , a francesa 5 à Sec já possui 115 em 29 cidades . A Sapataria do Futuro usa a tecnologia da americana Heel Sew Quick com 66 lojas Na área de auto peças a americana Precision Tune Auto Care já tem 10 oficinas . Até a academia de ginástica Reebok que só tem 4 unidades no mundo, instalou uma em São Paulo . ( Veja , 17.01.2001 , p. 102-103 ) .

GÁS

A holandesa SHV Energy comprou 49% da Supergasbrás e 100% da MinasGás . A Agip italiana

GRÁFICAS

Canadense Quebecor tem parque impressor em Recife . Schrappe paranaense vendeu uma de suas oficinas para o grupo americano Westvaco .

HIGIENE E LIMPEZA

Cerca de 89% do setor de higiene , limpeza e cosméticos , é formado por multinacionais . Gessy Lever –Atkinsons – divisão de perfumarias . Johnson e Johnson . Colgate Palmolive – Cica (Itália ) . Nívea do Brasil BDF ( Alemanha) .

HOTÉIS

Hotéis Ccaesar park do grupo mexicano Posadas a maior rede hoteleira da América Latina . Hotéis Ibis e Partenon do grupo francês Accor.
Espanhola : Iberostar .

INTERNET
Terra .

LÁPIS
Faber Aw Castell ( Alemanha) .

MAGAZINES
C & A (Holanda) .

MÁQUINAS DE ESCREVER E CALCULAR
Olivetti do Brasil – Benedetti Itália e Facit – Sharp 85% e Facit AB ( Suécia) .

MATERIAL DE CONSTRUÇÃO
Na indústria de material de construção a Brasilit é do grupo Saint Gobain França e a Fortilit da Amanco , suiça .

MEDICAMENTOS
Merial é a maior empresa do mundo em saúde animal . O principal produto da empresa , o Ivomec somente é produzido no Brasil .
Entre abril e outubro de 2007 , instalaram-se no Brasil três multinacionais especializadas em medicamentos de biotecnologia . A anglo-inglesa Shire , e as americanas Biogen e Biomarin . E já atuavam no mercado a americana Genzyme e a suíça Actelion . Estas empresas pertencem a um setor em que os preços dos medicamentos são muito elevados . A Abbott, tem uma única droga biotecnológica , a Humira , indicada para o tratamento de artrite reumatóide que é responsável por um faturamento de US$ 2 bilhões por ano , 10% da receita total da empresa .
Em abril de 2009 o grupo farmacêutico francês Sanofi-Aventis, anunciou a compra da Medley, terceira maior fabricante de medicamentos do país , avaliada em R$ 1,5 bilhão .A empresa estava em crise devido a uma política agressiva que foi afetada pela contração do crédito . ( F s P , 10.04.2009 m, p, B-6) .

MINERAIS
Consórcio Alumar – Alcoa Alumínio e Billinton Metais ( Shell do Brasil ) . Mineração Ouro Velho – Bozano Simonsem e Anglo American Corporation
A Alcoa vai investir de 2008 a 2010 , US$ 5,5 bilhões em minas de bauxita , ampliação de fábricas e construção de hidroelétricas.
As estatais chinesas Baosteel e China Metais mantém negócios com a Vale .A primeira está na parceria que pretende construir uma siderúrgica no Espírito Santo .
Arcelor Mittal , empresa indiana atualmente produz 40% de seu minério e a idéia é chegar ao dobro disso . Cerca de 20% dos investimentos do grupo estão sendo feitos no Brasil . Só em agosto de 2008 a empresa investiu US$ 1 bilhão na compra de duas mineradoras brasileiras . Comprou metade de mineradora Pirâmide , em Corumbá e, em seguida, arrematou a London Mining , na cidade de Itaiaiuçu , região central de Minas Gerais . Nos próximos 3 anos a intenção é investir mais US$ 700 milhões na expansão destas duas minas , que produzirão em conjunto 12 milhões de toneladas de minério de ferro . (Exame, 8.10.2008 ,p. 76-77) .
A siderúrgica chinesa Wisco aportará US$ 400 milhões na aquisição de 21,5% das ações da mineradora MMX de Eike Batista . Em troca a estatal chinesa terá a garantia de fornecimento de minério de ferro por 20 anos da MMX , que fica obrigada a vender , no mínimo, 50% de sua produção á siderúrgica . ( F S P , 1.12.2009, p. B-5) .

PAPEL
Melhoramentos Papéis , foi vendida em abril de 2009 para a chilena CMPC ( Compañia Manufacturera de Papeles y Cartones ) , uma das principais empresas de reflorestamento e papel do Chile , por R$ 120 milhões . ( F s P , 21.04.2009, p. B-7) .
Em outubro de 2009 a CPMC comprou da Aracruz Celulose os projetos de expansão e a unidade de produção de papel e celulose de Guaíba por US$ 1,43 bilhão . Além da fábrica de Guaíba com capacidade para produção anual de 450 mil toneladas de celulose e 60 mil toneladas de papel , a Aracruz vendeu também uma área de 212 mil hectares , além de licenças e autorizações para a expansão da fábrica de celulose em mais 1,3 milhão de toneladas . ( F S P , 9.10.2009 , p. B-12) .

PETRÓLEO E GÁS
Espanhola – Repsol . A chinesa Sinopec, a maior empresa da China , foi contratada pela Petrobrás para construir os trechos 2 e 3 do Gasene , gasoduto que integrará as malhas do Nordeste e do Sudeste .

PUBLICIDADE E PROPAGANDA - Das 15 maiores agências de propaganda no Brasil , dez são estrangeiras ou associadas a estrangeiras,conforme o quadro 3.
Quadro 3- Ranking das agências de propaganda no Brasil 1997
1. MCCANN 9. ALMAP BB
2. DPZ BRASILEIRA 10.YOUNG&R
3. W/BRASIL BRASILEIRA 11.AMMIRATI
4. STAN.OLGI. 12.PUBLICIS
5. FISCHER BRASILEIRA 13.LEO BURN
6. DM9DD8 14.TALENT BRASILEIRA
7. SALLES/DM 15.PROPEG BRASILEIRA
8. THOMPSON
Em outubro de 2007 a Euro RSCG , parte do grupo francês Hava , adquiriu o controle da agência de propaganda brasileira Stimma e irá abrir no país a Euro Life , especialista em publicidade de remédios, planos de saúde , clínicas , clubes e gastronomia saudável . ( F S P , 17.10.2007 , p. B-12) .

QUÍMICA
DOW CHEMICAL – Dow Qímica , Dow produtos químicos , Merrel Lepetit Farmacêutica , Spuma Pac e Mineração do Brasil .
DU PONT– produtos agrícolas , químicos , eletrônicos , fibras têxteis e mineração .
BASF– Glasurit , Knoll , Basf Química da Bahia , Isopor , Cofade , Iamont , Basf da Amazônia – 17 fábricas .
Henkel –alemã e Aquatec – Grace Dearborn . Alcooquímica Nacional – Rhodia (França) e Polisul – Ipiranha / Hoescht .

RODOVIAS
Espanholas – OHL Brasil e Acciona Energia.

SAÚDE
O hospital Johns Hopkins , um dos mais prestigiados dos EUA associou-se ao plano de saúde Medial , para se tornar a terceira maior rede de laboratórios no país até 2010 .A instituição americana fornecerá equipamentos e treinamento de pessoal . ( Veja, 25.06.2008 , p. 54) .

SEGURADORA
Mapfre . Em 2 de julho de 2008 a Prudential Financial , segunda maior empresa de seguros de vida dos EUA comprou 40% da GAP Asset Management . A Prudential já comercializava seguros no Brasil atuando por meio de suas subsidiárias Prudential do Brasil Seguros de Vida fundada em 1998 e a Prudential Real Estate Investors , criada em 2000. ( F s P , 3.7.2008 , p. B-10) .

SERVIÇOS
Quatro A , vendida para Telefônica da Espanha por US$ 170 milhões.

SIDERURGIA

A Arcelor Mittal está investindo na compra de maquinários para a ArcelorMittal Tubarão , em Vitória , maior produtora de placas de aço do mundo . A unidade passou por uma ampliação que consumiu aportes de mais de US$ 1,5 bilhão . O grupo está investindo ainda mais na unidade , com o objetivo de dobrar a capacidade de laminação de aço , chegando á marca de 4 milhões de toneladas por ano . O grupo tem uma estratégia muito agressiva de crescimento . De 1992 a 2007 o faturamento pulou de US$ 400 milhões para US$ 105,2 bilhões . Para efeito de comparação , no mesmo período a CSN passou de US$ 1,7 bilhão para US$ 6,3 bilhões . ( Exame , 8.10.2008 , p. 76-78) .

SHOPPING CENTER

A Brascan , controlada pelo grupo canadense Brookfield Asset Management é dona do Rio Sul, e outros shoppings e comprou em dezembro de 2007 por R$ 1,7 bilhão o grupo Plaza, controlador dos shoppings West Plaza , Paulista e Pátio Higienópolis e sócio do Botafogo e do Vila Olímpia , no maior negócio do setor e torna-se um dos grandes grupos de shoppings do país . ( F S P , 11.12.2007 , p. B-6 ) .

SUPERMERCADOS –

Os quatro grandes grupos e supermercados no Brasil são estrangeiros.
Faturamento dos supermercados no Brasil em 2007 R$ milhões
Grupo Faturamento Nacionalidade do Grupo
1.Carrefour ; 19.257 . Francesa
6. Epa 1.541 ; Minas Ger.
2. Pão Açúcar 18.762 ; Bra/Francea
7. Bretãs 1.504; Minas Ger.
3.Wal Mart ; 15.002 ; Norte Amer
8. Prezunic ;1.476; Rio Janeiro
4. G Barbosa ; 1.899 ; Sergipe
9. Angeloni ; 1.187; Sta Catarina
5. Zaffari ; 1.607; Rio G Sul
10. S Muffatto ; 1.148; Paraná .
O grupo Pão de Açúcar , a maior rede nacional de supermercados em 2004, contava com participação de 20% em seu capital do Grupo Casino concorrente do Carrefour na França . Em maio de 2005 o grupo Cassino aumentou a sua participação , com um investimento de R$ 2,1 bilhões , passando a ser dona de 68,8% do capital total e de 50% do capital votante da holding criada para controlar o grupo . Os supermercados Compre Bem e Sendas fazem parte do grupo Pão de Açúcar.
O Carrefour em segundo lugar no ranking nacional em 2004 , comprou o Hipermercado Eldorado , por R$ 200 milhões , 23 pontos das Lojas Americanas , dos quais 4 viraram supermercados e 19 passaram a se chamar Stoc , como na França e em 1999 comprou por R$ 100 milhões a rede Planalto, dona de 19 lojas em Brasília . ( Revista Veja, 9.6.99, p. 157) . .
Em junho de 2005 o Carrefour comprou 150 pontos de venda da rede BIG , do grupo português Sonae . Em abril de 2006 o Carrefour comprou o Atacadão por R$ 2,2 bilhões e passou a ter um faturamento de 17,8 bilhões em 2006 , ultrapassando o Pão de Açúcar com R$ 16,5 bilhões , o Wall Mart em terceiro com R$ 12,9 bilhões , o G Barbosa em quarto com R$ 1,489 bilhões e a Cia Zaffari em quinto com R$ 1,475 bilhão . ( F S P 24.04.2007 , p. B-3) .
Em maio de 2009 o Carrefour comprou dez lojas do Grupo Gimenes por R$ 45 milhões . Com a aquisição passa a ter 126 lojas no país e incorpora mais R$ 190 milhões a seu faturamento de R$ 22,5 bilhões em 2008 . ( F S P , 14.05.2009, p. B-10) .
Em março de 2004 o Wall Mart comprou o Bom Preço ( que era desde 1998 do grupo holandês Royal Ahold) , passando para a terceira posição no ranking de maiores supermercados do país , e contando com 143 unidades , sendo 118 da nova cadeia . ( F S P 2.3.2004 , p. B-5) .
O Sonae , maior grupo privado português, comprou a totalidade das ações da Companhia Real de Distribuição - rede gaúcha de supermercados com 33 lojas que usa a marca Bonjour, assumindo a liderança no Rio Grande do Sul . Comprou também as redes Real, Cândia , Nacional , Extra Econômico e Coletão . O Sonae também comprou o Mercadorama , com 13 hipermercados no Paraná .Com isso passou a ser o quarto grupo nacional com 144 lojas e 20.000 funcionários .
Em dezembro de 2005 o Wall Mart por R$ 1,7 bilhão, comprou as 134 lojas da rede Sonae tornando-se a segunda maior empregadora do setor , superando o grupo Carrefour . O Wall Mart passa a ter 50.000 funcionários , contra 70.000 do grupo Pão de Açúcar e 45.000 do Carrefour. ( F S P 15.12.2005 , p. B-10 ) . Com a compra o faturamento do Wall Mart deve aproximar-se de R$ 10 bilhões , continuando em terceiro lugar no setor.
Em agosto de 2008 , a Wall-Mart anunciou investimentos de até R$ 1,8 bilhão , no Brasil , ao longo de 2009 , para a expansão da rede . A empresa investiu mais de R$ 3 bilhões no Brasil de 2004 a 2008 e em 2008 será investido R$ 1,2 bilhão para a abertura de 36 novas lojas , cerca de 7.100 novos postos de trabalho e 27 mil empregos indiretos . A rede em agosto de 2008 tem 318 lojas no Brasil , em 17 Estados e no Distrito Federal , com 70 mil empregados Atua no formato varejo em hipermercados com as bandeiras Big, Wall-mart e Hiper Bompreço , no formato nacional , com as marcas Nacional, Mercadorama , Bom Preço e Todo Dia e no atacado com as bandeiras Maxxi e o clube de compras Sam's Club . ( f s P , 14.08.2008, p. B-6) .

TELECOMUNICAÇÕES

Telesp comprada pela espanhola Telefonica . Iberdrola Energia do Brasil também espanhola. Cerca de 75% do setor está na mão de multinacionais.
A chinesa Huawei firmou parceria com a Vivo e está fazendo a troca de tecnologia ( para terceira geração ) , da empresa de telecomunicação .

TÊXTIL

O setor têxtil brasileiro vem sofrendo pesadamente com a abertura às importações. Grande parte da matéria prima de sintéticos está controlada pelo grupo francês Rhodia. Quanto ao algodão, as multinacionais Sanbra e Anderson Clayton monopolizam a comercialização do produto.Rio Ghayba associou-se ao grupo italiano Cesare Gatti e Figli . RBK do Brasil Reebook International e sócios brasileiros UK Sports e Aumar participações.

TINTAS

A Alemã Basf é dona da Suvinil e a americana Dow é fornecedora de várias empresas .

TURISMO

O fundo americano de participações ("private equity") , Carlule , anunciou em 7 de janeiro a compra por estimados R$ 700 milhões , de 63,6% da CVC , maior operadora de turismo do Brasil . É a primeira aquisição do fundo no Brasil . ( F S P , 8.1.2010 , p. B-1) .

MULTINACIONAIS E EXPORTAÇÃO:

Estudo feito pela Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica) revelou que as empresas multinacionais apresentaram em média apenas 9,96% de seu faturamento com operações de exportação em 1996. Das exportações industriais brasileiras em 1996 49,26% foram feitas por empresas de capital estrangeiro e 50,74% de capital nacional.

Quadro 4 - Coeficiente de exportação das multinacionais 1996
Exportação sobre o faturamento total das empresas
METAL-MINERA 60,62 PETROQUÍMICA 8,04
MATER TRANSP. 36,67 INFORMÁTICA 7,79
PAPEL CELULOS 29,20 MATER CONSTR 7,27
METALURGIA 22,01 QUÍMICA BÁSIC 6,28
MATER FOTOGR 21,69 QUÍMICA-PLAST 6,00
SIDERURGIA 20,89 ALIMENTOS 5,21
PNEUMÁTICOS 20,10 VIDROS/VIDRAR 4,89
AUTOPEÇAS 19,32 MATER ELETRIC 3,30
MECÂNICA 16,85 FARMACÊUTICO 2,89
MATER ESCRIT 14,21 TINTAS E RESIN 2,34
TÊXTIL 12,48 ELETRODOMES 2,10
FUMOS E BEBID 9,65 DERIVADOS PET 1,87
VEÍCULOS AUT 8,74 HIG.LIMPEZA 1,82
ELETROELETR 8,34 TELECOMUNICA 1,39
Fonte : Sobeet (in Folha de S.Paulo; 20.8.97 p. 2-12)
Porém os dados demonstram que a partir de 1999 com a alteração da política cambial a situação alterou-se significativamente , passando muitas empresas multinacionais a considerar o Brasil como plataforma de exportação de seus produtos.
No ranking das dez empresas que mais exportaram em 2003 seis são multinacionais estrangeiras que respondem por 10% das vendas externas do país .
Estudos feitos pelo IPEA mostram que as multinacionais mais importam que exportam produtos de maior valor agregado . Entre 2000 e 2003 as multinacionais exportaram US$ 16,2 bilhões em produtos de alta intensidade tecnológica ( eletrônicos e farmacêuticos ) e importaram US$ 42,3 bilhões , com um déficit de US$ 26 bilhões . Já nos produtos de média intensidade como automóveis e máquinas elétricas o saldo negativo é bem menor US$ 975 milhões . Porém as multinacionais contribuem mais do que as nacionais para as exportações de produtos de alta e média densidade tecnológica , totalizando US$ 50,8 bilhões, contra US$ 30,5 das brasileiras . Na indústria de tecnologia brasileira basicamente o que se faz no país é apenas montagem , importando-se os componentes mais sofisticados , pois o país não tem produção local de semicondutores para celulares e computadores .
Empresas como as alemãs Mercedes Benz , Continental, Voith , Siemens e Basf , as americanas Ford e Motorola e a dinamarquesa Novo Nordisk elegeram suas unidades locais como centros de produção de alguns itens de seus portfólios para exportá-los para o resto do mundo. Por exemplo , todos os geradores vendidos no mundo pelo grupo Voith Siemens Hudro são fabricados no Brasil . A Unilever decidiu em 2000 instalar a sua terceira fábrica mundial de sabonetes Dove no Brasil , as outras estão nos EUA e Alemanha .
A alemã Continental Pneus está construindo uma unidade em Camaçari na Bahia para produzir 6 milhões de pneus por ano, 70% dos quais irão para os EUA , Canadá e México.
A dinamarquesa Novo Nordisk está construindo uma fábrica em Montes Claros , Minas Gerais onde produzirá 48 milhões de frascos de insulina por ano , 80% para o mercado externo . A Motorola tem no Brasil a sua base de exportação mundial da tecnologia TDMA. A Sony Ericsson começou a fabricar em setembro de 2004 celulares no Brasil, voltados para o mercado latino-americano . A HP Brasil é base de exportação de servidores e impressoras . A fábrica da Ford em Camaçari foi construída com o mercado externo . A Mercedes Benz irá produzir em Juiz de Fora em 2006 a versão utilitário esportivo do Smart , voltado para o mercado europeu e americano . ( F S P 17.10.2004 , p. B-1 e B-3) .
Brasil como plataforma de exportação
Empresa setores Produtos principais Exportação % produção Investimento em US$ Ano operação
Siemens químico PABX 70 20 milhões 2004
Basf Telecomun. Boscalid 90 35 milhões 2003
N. Nordisk Farmacêut. Insulina 80 200 milhões 2007
Voith Paper Bens cap. Cilindro sec 54 5,10 m. ano 1964
Ford Automob. Eco Sport 30 1,2 bilhão ano 2001
Motorola Telecomun. Celulares Não disp. 240 milhões 1996
Unilever Higiene e L Dove Não disp. 33 milhões 2002
Voith Siem Bens cap. Turbinas 40 4 milhões 2000
Continental Autopeças Pneus 70 260 milhões 2006
Mercedes Automob. Caminhões 35 - -
Fontes : Empresas .
Em 2003 cerca de 35% dos 470.000 veículos produzidos pela Volkswagem do Brasil foram despachados para 30 países , incluindo a Alemanha , onde fica a matriz .
A americana AGCO , dona da marca Massey Ferguson , em 2003 faturou US$ 240 milhões com exportações de tratores e colheitadeiras , quase a metade das vendas externas de todo o grupo . A Bunge que atua no ramo de alimentos e fertilizantes , faturou R$ 18,4 bilhões de reais no Brasil em 2003 , 40% dos quais oriundos de exportações.

MULTINACIONAIS E PRIVATIZAÇÃO
O capital externo utilizou como uma de suas formas de inserção na economia brasileira o processo de privatização , como é possível verificar pelo quadro a seguir

INVESTIMENTO ESTRANGEIRO TOTAL E NA PRIVATIZAÇÃO
Ano Investimento total Invest via privatização
1996 10,5 2,6
1997 18,7 5,2
1998 28,5 6,1
1999 31,3 8,8
Fonte : Veja , 5.7.2000 , p. 128


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